Fundador dos Frades Pregadores, nasceu em 1170, em Calaruega, Castela, e
morreu a 6 de agosto 1221, em Bolonha, Itália. Descendentes da nobreza
castelhana, os seus pais eram Felix Gusmão e Joana de Aza, esta última
beatificada por Leão XII, em 1828. Os três filhos do casal
distinguiram-se por uma extraordinária santidade. António foi padre
secular e, depois de distribuir os seus bens pelos pobres, retirou-se
para um hospital onde se dedicou a tratar os doentes. Seguindo os passos
de São Domingos, o outro irmão Manés foi frade pregador e beatificado
por Gregório XVI. São Domingos entrou na Universidade de Palência, onde,
durante dez anos, prosseguiu os seus estudos com tanta força de vontade
e sucesso que suscitou a admiração de todos. Contrastando com a
habitual vida universitária, São Domingos destacava-se por uma
austeridade na sua maneira de viver e por uma consciência invulgar das
desgraças alheias, tendo chegado a vender os seus livros de estudo,
anotados pelo seu punho, para ajudar os famintos de Palência. O seu
biógrafo e contemporâneo, Bartolomeu de Trent, narra que São Domingos se
quis vender como escravo para obter dinheiro para libertar aqueles que
tinham sido capturados pelos mouros. Não existem dados sobre a sua data
de ordenação e, no seu processo de canonização, Estevão, Prior
Provincial da Lombardia, atesta que São Domingos era ainda aluno em
Palência quando o Bispo de Osma o chamou a participar na reforma do
capítulo da Catedral. Com a nomeação de D. Diego d'Azevedo para o
Bispado de Osma, em 1201, São Domingos foi promovido a prior do capítulo
e, como cónego de Osma, passou nove anos da sua vida retirado em
contemplação, pouco saindo da Casa do Capítulo. Quando o rei Afonso IX
de Castela encarregou o bispo de Osma de pedir a mão da filha de um rei
dinamarquês para o seu filho Fernando, São Domingos foi escolhido para o
acompanhar na missão. Durante a viagem e testemunhando os resultados da
doutrina herética albigense na região de Tolosa, São Domingos teve a
ideia de fundar uma ordem para combater a heresia e espalhar o Evangelho
pelos lugares mais recônditos do mundo conhecido de então. D. Diego e
São Domingos foram encarregues de acompanhar a princesa nubente a
Castela, mas a morte da jovem libertou-os da tarefa. Resolvendo ir para
Roma, onde chegaram nos finais de 1204, D. Diego pediu a sua demissão
para partir para terras distantes, em conversão dos infiéis. Recusada a
sua pretensão, foram ambos enviados para o Languedoque para ajudarem os
Cistercienses a combater os Albigenses. Os hábitos indulgentes dos
monges de Cister contrastavam com os hábitos ascéticos dos Albigenses, o
que dava a estes últimos uma grande vantagem na conversão do povo. São
Domingos e D. Diego aconselharam-lhes uma forma de vida mais austera
fazendo-os ter mais sucesso na sua missão apostólica. Aproveitando todos
os confrontos de discussão teológica com os heréticos, estes últimos
não conseguiram levar a melhor nos seus argumentos e, impedidos de
prejudicar a pregação de São Domingos, passaram a insultá-lo e a
ameaçá-lo de violência física. Consciente da necessidade de criar uma
instituição que protegesse as mulheres da influência dos heréticos, dado
que muitas delas já tinham sido convertidas ao Albigensianismo e eram
as suas mais fiéis propagandistas, São Domingos estabeleceu os conventos
de Prouille, em 1206, e de São Sisto, em Roma e fundou a Ordem Segunda
de São Domingos, a Ordem das Monjas Dominicanas, em 1207.
Com a
perseguição aos heréticos desencadeada pelo assassinato, em 1208, do
legado cisterciense Pedro de Castelnau, São Domingos acompanhou o
exército católico, tentando proteger as mulheres e as crianças,
conciliando os heréticos vencidos e trabalhando para a restauração da
religião e moral cristãs. A vitória da batalha de Muret, em 1213, é
atribuída às orações miraculosas de São Domingos. A atribuição da
fundação da Inquisição a São Domingos, que é também considerado o
primeiro Inquisidor, é de veracidade duvidosa já que esta instituição
estava a funcionar em 1198, sete anos antes do apostolado do santo no
Languedoque, quando ele era ainda um obscuro cónego.
A fama de
santidade e de clérigo culto levaram a que lhe fossem propostos muitos
bispados, como foi o caso de Béziers e Navarra, mas o santo recusou
todos esses cargos. Não esquecendo o seu objetivo de fundar uma ordem
para combater a heresia, São Domingos instituiu o primeiro convento da
Ordem dos Pregadores, em Tolosa, em 1215, mas não conseguiu que o
Concílio Ecuménico de Roma de 1215 aprovasse a nova ordem, apesar da
ordem de trabalhos deste concílio ir de encontro aos objetivos de São
Domingos. De volta ao Languedoque, o santo e os seus seguidores adotaram
a Regra de Santo Agostinho antes de verem confirmada a ordem por Bula
papal de Honório III, em 1216. Pregando em várias igrejas de Roma e
perante a corte papal, São Domingos recebe o título de Mestre do Palácio
Sagrado, mais conhecido por Teólogo do Papa, cargo este que tem
pertencido aos membros desta ordem.
Nos fins de 1218, São Domingos,
acompanhado por alguns dominicanos, partiu para Espanha, visitando no
caminho Bolonha, Prouille, Tolosa e Fanjeaux. Estabeleceu vários
conventos em Espanha e, na sua volta para Roma, em França e depois em
Itália. Organizou os dois primeiros Capítulos Gerais em Bolonha,
em 1220 e 1221, num dos quais se quis demitir do seu lugar de Mestre, o
que não foi aceite pelos restantes membros da comunidade, ficando a
dirigir a Ordem até ao fim da sua vida. Durante uma cruzada de pregação
pela Lombardia, onde se fazia sentir a ameaça da heresia, São Domingos
converteu pelos seus sermões e pelos seus muitos milagres cerca de 100
000 pessoas, instituindo, durante este período a sua Terceira Ordem, ou
Milícia de Jesus Cristo. São Domingos morreu em Bolonha, de uma doença
fatal que o deixou agonizante durante três semanas.
Fonte:
São Domingos de Gusmão. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-08-08].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$sao-domingos-de-gusmao>.
Jonas uma excelente informação, gosto muito de me inteirar da vida de santos(as), mas São Domingos que me perdoe, mas nesta época quem não combateu a inquisição não pode ter se tornado santo, os fins para mim não justificam os meios,e existe a dúvida dele terparticipado ou não desta época vergonhosa da igreja católica, que antes de ser católica deveria ser a primeira a amar o seu próximo como a si mesmo, e como Cristo deixou claro mais vale um homem sem fé mas de bom coração do que os sacerdotes dos templos que tem o coração fechado, amando só os seus iguais, desculpe sempre sou sincera no que escrevo, beijos Luconi
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