Primeira Hora:
Na unidade, os demônios cantam as louvações de Deus, eles perdem sua malícia e sua cólera.
Segunda Hora:
Pelo binário, os peixes do Zodíaco cantam os louvores de Deus, as serpentes de fogo se entrelaçam em redor do caduceu e o raio torna-se harmonioso.
Terceira Hora:
As serpentes do Caduceu de Hermes se entrelaçam três vezes, Cérbero abre sua tríplice goela e o fogo canta os louvores de Deus pelas três línguas do raio.
Quarta Hora:
Na quarta hora a alma volta a visitar as tumbas: é o momento em que se acendem as lâmpadas mágicas nos quatro cantos dos círculos; é a hora dos encantamentos e dos prodígios.
Quinta Hora:
A voz das grandes águas canta o deus das esferas celestes.
Sexta Hora:
O espírito permanece imóvel; vê os monstros infernais caminharem contra ele e não se atemoriza.
Sétima Hora:
Um fogo que dá a vida a todos os seres animados é dirigido pela vontade dos homens puros. O iniciado estende a mão e os sofrimentos cessam.
Oitava Hora:
As estrelas se falam, a alma dos sóis corresponde com o suspiro das flores; cadeias de harmonia fazem corresponder entre si todos os seres da natureza.
Nona Hora:
O número que não deve ser revelado.
Décima Hora:
É a chave do ciclo astronômico e do movimento circular da vida dos homens.
Décima primeira Hora:
As asas dos gênios se agitam com um ruído misterioso; eles voam de uma esfera à outra e levam de mundo em mundo os mensageiros de Deus.
Décima segunda Hora:
Aqui se realizam pelo fogo as obras da Eterna luz.
Explicação:
Estas doze horas simbólicas, análogas aos signos do Zodíaco mágico e aos trabalhos alegóricos de Hércules, representam a série das obras da iniciação.
É preciso, pois, primeiramente:
1°- Dominar as paixões más e forçar, conforme a expressão do sábio Hierofante, os próprios demônios a louvarem a Deus.
2°- Estudar as forças equilibradas da natureza e saber como a harmonia resulta da analogia dos contrários. Conhecer o grande agente mágico e a dupla polarização da luz universal.
3°- Iniciar-se ao simbolismo do ternário, princípio de todas as teogonias e de todos os símbolos religiosos.
4°- Saber dominar todos os fantasmas da imaginação e triunfar de todos os prestígios.
5°- Compreender como a harmonia universal se produz no centro das quatro forças elementares.
6°- Tornar-se inacessível ao temor.
7°- Exercitar-se na direção da luz magnética.
8°- Aprender a prever os efeitos pelo cálculo de ponderação das causas.
9°- Compreender a hierarquia do ensino, respeitar os mistérios do dogma e calar-se diante dos profanos.
10°- Estudar a fundo a astronomia.
11°- Iniciar-se pela analogia às leis da vida e da inteligência universais.
12°- Operar as grandes obras da natureza pela direção da luz.
Explicação extraída do livro: Dogma e Ritual da Alta Magia de Eliphas Levi
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