segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

KABBALAH - RESILIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE HEBRAICA (Hiperbórea)

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Na idade da escuridão, a igreja e os dominadores usaram o conhecimento secreto sobre LUZ, obtido dos cabalistas colocados sob tortura, para dominar os povos que se negavam a serem conquistados. Nós podemos ver isto no filme “CORAÇÃO VALENTE” do diretor “Mel Gibson”.
 A energia espiritual permanece, mesmo depois da relação ter se encerrado. Quando ela inicia um novo relacionamento, uma nova energia é injetada em seu ventre, e o que acontece com a energia anterior, será perdida? Não! As duas energias brigaram entre si pela posse deste lugar sagrado. Se o último parceiro for mais espiritual do que o primeiro, a energia do seu parceiro anterior irá embora. Mas se o primeiro for mais espiritual do que o segundo, o segundo parceiro a deixará. Isto é ainda mais forte no caso de almas gêmeas.
A Prima Nocte
De posse destes segredos espirituais, os antigos gregos forjaram uma estratégia para assimilar a nação de Israel, uma vez que eles não conseguiam fazer com que os judeus abandonassem a prática da Tora.
Eles criaram uma lei que obrigava uma jovem judia recém casada a dar sua primeira relação a um grego. Se ela não concebesse desta relação com o grego, a energia espiritual ficaria no ventre dela, e quando ela mantivesse relações com seu legitimo marido e fosse fecundada, haveria uma “mistura” profanando a não judaica de dentro para fora. A verdade é que, uma mulher pode ser fecundada por um homem, mas conceber de outro!
Há uma coisa que precisa ser colocada na balança, que é a fonte de onde vem o ensinamento. Há muita mistura por ai, então, você deve considerar sempre a fonte, e quanto mais antiga ela for, mais pura será.
O Zohar nos revela que a Semente é chamada de "Ór Qatan (pequena luz)". Quando mantém relações com uma mulher, ele está doando luz. E ao sentir desejo por uma mulher, parte da sua "nefesh (alma animal)" desce para sua semente, e ao manter relação com esta mulher e a fecunda, é esta nefesh que será a primeira alma do bebê.
Por que as mulheres tem ou entram em depressão? Por que elas não estão recebendo luz. Mas, então, você vai perguntar: Elas não mantém relações com seus parceiros? Sim, elas mantém, mas um homem sem espiritualidade, ou que não tenha uma mente elevada, e ao invés de fazer bem à mulher, a lança na escuridão. Isto é explicado assim:
Sêmen vem do hebraico biblico "Zerá (זרע)" e é escrito com as letras "Zayin, Resh e Ayin" e seu valor numérico é "277". Se subtrairmos uma letra apenas, uma outra energia será criada.
E como podemos mudar a energia subtraindo uma letra sagrada?
O Shabos, de acordo com o Sefer Yetzirá, foi criado pela letra hebraica "Zayin (ז)". Como ele não recebe a rainha "Shabbos" (Sagrado) ele então, arranca, subtrai a letra "Zayin" da palavra "Zerá (Semente)" deixando-a com defeito e resultando na palavra "Rá (רע)" que significa "Mal". Também devo revelar que "Zayin" é a palavra hebraica para "Falo" e como você sabe, um homem para ser um Mestre Cabalista precisar ter no membro o Nome de D´us escrito, que é a "Aliança".
Muito se fala em espiritualidade, e muito do que se fala não passa de fantasia criada por mentes distorcidas, ou resultado da religião.

Adaptação do texto de Rav. Misha´El Yehudá 2018

domingo, 29 de dezembro de 2019

Os Sete Níveis de Consciência em que uma pessoa pode estar


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1-Nível animalesco.

Não pensa. Apenas reage. Não tem auto responsabilidade. Culpa tudo e todos pelos seus infortúnios. Tudo estressa. Estraga o dia. Vive entrando em atrito com as outras pessoas. Um exemplo de nível animalesco é um mendigo. Uma pessoa nesse nível chega a ter 70 mil pensamentos negativos por dia!

2-Nível de Massa.

Segue a multidão. Horário do pico. Pensamento de massa. Todo mundo sai naquele horário. Todo mundo segue a multidão.

3-Nível Aspiracional.

Deseja algo maior. Cansou de viver o que a massa faz. Não é possível que a vida seja só isso. Assim ela começa a aspirar algo melhor. Começa a atritar com pessoas em volta que estão cegas no nível de massa. Muitas vezes se sente sozinha, porque ainda não está se relacionando com outras pessoas em nível maiores.

4-Nível Individual.

Onde você vive o que pensa. Defende seus pontos de vista. Defende as suas ideias. Para de dar ouvidos ao que os outros dizem. Começa a afirmar suas conquistas, mesmo ainda não tento de fato a posse.

5-Nível de Disciplina.

É o nível mais difícil se ser conquistado dentro dos níveis de vibração. Quando ela consegue passar para esse nível, ela começa a realizar todos os seus sonhos. Porque ela age! Faz o que tem que ser feito. Paga o preço. Muitas vezes vai doer muito. Mas uma dessas duas dores você vai viver: A dor da disciplina ou a dor do arrependimento.
Autodisciplina é a capacidade de dar um comando e fazer!

6- Nível de Experiências.

Passa a viver os seus sonhos. Na prática. Começa a materializar os seus sonhos.

7-Nível de Maestria.

Responde. Controla a si mesmo. Não reaja ao que acontece. Ela responde. Vai estar em uma vibração tão alta, que ela vai começar a transformar pensamentos negativos em pensamentos positivos.
Ao invés de ter pensamentos negativos, ela terá somente pensamentos positivos. Automaticamente ela começa a atrair tudo que deseja. Consciente de que ela é a única responsável pela sua vida. Começa a materializar todos os seus sonhos.
Ela pensa como um mestre. Tem disciplina. Obviamente ela vai viver essas experiências na sua vida. Vai sentir no subconsciente a certeza absoluta. Vai ter uma emoção de amor, paz e certeza, tendo ações de uma pessoa disciplinada. Gerando exatamente o resultado que tem na mente.

"Conscientes da evolução seguimos atentos!" 

Silvana da Cunha

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Canto aos Orixás




As minhas flores eu lancei ao mar
as minhas preces foram a Iemanjá
o meu barquinho a Santa Mãe levou
e eu lhe saudei... Odoya Iemanjá...

Pela justiça eu chamei por Xangô
o seu machado o feitiço quebrou
minha oração o seu coração levou
e eu lhe saudei... Kaô Kabiessillê...

Pra nossa cura clamei por Omolú
com seu remédio ele nos medicou
o meu pedido pra ele, ele levou
e eu lhe saudei... Atotoô...

Por tempestade eu ventei com Iansã
ela me trouxe seus raios e trovões
a minha alma na chuva se banhou
e eu lhe saudei... Epahey Oyá...

Depois da chuva veio Oxumaré
com arco-íris o céu iluminou
toda ordem cósmica então se restaurou
e eu lhe saudei... Arroboboi Oxumaré...

Então pra mata eu fui buscar Oxóssi
por sua flecha minh’alma procurou
meus inimigos então ele derrubou
e eu lhe saudei... Okê Arô...

Foi pela noite então que eu caminhei
olhando a lua Ogum eu encontrei
com sua lança ele me protegeu
e eu lhe saudei... Ogún Ieé...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Eternos princípios do ocultismo – Lição 1


Ralph M. Lewis, FRC

LIÇÃO 1*
Teria o ocultismo um real valor nestes dias e nesta era? O ocultismo tem tido uma  reputação má, em muitos círculos públicos. Consequentemente, o ocultismo consiste de crenças e práticas supersticiosas, que têm que ser abandonadas nos tempos modernos, na condição de coisas sem nenhum valor, ou então consiste de uma nobre busca da verdade, uma busca da qual abusaram os charlatães, mal representados, e de onde as fraudes foram usadas para se tirarem vantagens.
No sentido popular, o termo ‘ocultismo’ se aplica a coisas que estão escondidas ou encobertas. Ele sugere, à mente, aquilo que diz respeito à magia e ao misterioso. Na realidade, o verdadeiro ocultista não é um diletante no sobrenatural; para ele, nada existe, que seja ”sobrenatural”. Todos os fenômenos estão dentro da categoria da lei natural. Ele não ama aquilo que é fantástico, aquilo que amedronta, aquilo que é estranho, e ele não é um buscador do sensacional. O ocultista é alguém que tem uma convicção íntima que existem princípios construtivos no universo, que são as causas de muitos das assim-chamadas coisas misteriosas, que existem além do raio de ação de nossos sentidos normais. Ele crê que nós não possamos esperar de os discernir de maneira objetiva, e que eles devem ser buscados em outros reinos da experiência humana.
Através dos séculos, o ocultismo desenvolveu suas próprias ciências. É – digamos – obrigatório que o ocultismo assim o faça, pois ele estava procurando algo, com o que a ciência física não poderia ajudar a esclarecer, ou realizar. As ciências ocultas, portanto, foram, a princípio, ridicularizadas pelos cientistas físicos. Elas foram consideradas fantásticas, absurdas; seus resultados, como estando fora dos limites da razão; e elas, que não deveriam ser levadas em conta. Acontece, entretanto, que as próprias ciências ocultas, com o tempo, chegaram a se tornar os pais de muitas da ciências físicas reputadas de hoje. Em verdade, da ciência oculta da astrologia, vieram os rudimentos da astronomia.  Da alquimia, com a sua experimentação com ervas, de sua busca da quinta-essência e de elixires, vieram aqueles fundamentos, aqueles elementos e propriedades físicas, que se desenvolveram, chegando à ciência da química. Por outro lado, foi o ocultismo o que favoreceu os experimentos de Franz Mesmer, quando este surpreendeu o mundo, ao proclamar que o corpo humano tinha um fluir e um refluir de energia através do mesmo, que podia emanar através das pontas dos dedos, que era curativa em sua natureza, e que podia ser detectada por outros e influenciar a outros. Suas alegações, naturalmente, eram sensacionais.  Elas chegavam aos limites do reino do sobrenatural, quando consideradas pela média das pessoas; Mesmer foi caluniado, como sendo um charlatão e, por causa disto, foi perseguido.
O ocultista procurava investigar a verdade de suas afirmações, não importando quão heterodoxas pudessem ser. O ocultismo, além do mais, proporcionou os experimentos de hipnotismo de Mesmer, numa época em que isto era considerado uma indulgência na prática de magia negra. As demonstrações de sucesso, por um período de tempo, por parte dos ocultistas, em hipnotismo, finalmente compeliram a uma investigação do fenômeno pela ciência física, e a descoberta resultante dos princípios fundamentais da psicologia. A ciência oculta, do mesmo modo, explorou a telepatia mental, a hiperestesia, a comunicação da inteligência sem o uso de meios físicos, e outros aspectos de fenômenos psíquicos, quando estas coisas eram proclamadas como sendo nada menos do que práticas diabólicas, e quando tais tópicos eram absolutamente tabus, em círculos de inteligência e nas universidades.  Hoje, há cadeiras de pesquisa psíquica em muitas das principais universidades, com apreciáveis investimentos naquele reino de fenômenos, e diversas universidades conservadoras têm efetivamente editado monografias a respeito de sua experimentação, na telepatia mental.
O ocultismo, entretanto, não é uma ciência, nem uma religião, nem misticismo ou filosofia. Porém, suas revelações têm influenciado, de maneira bastante definida, todos aqueles canais do pensamento humano e suas buscas. As perguntas, naturalmente, se fazem presentes: “Quais foram os primeiros ocultistas? Como vieram eles a existir, como um grupo de pessoas, ou um tipo de pessoas?” O mundo jamais saberá, talvez, os nomes dos primeiros ocultistas. Podemos dizer, geralmente, que eles eram aqueles homens e aquelas mulheres, que conseguiam ver além dos limites da visão objetiva dos olhos, e eram aqueles que conseguiam ouvir além do limite audível de seus ouvidos. Em outras palavras, eram os homens e as mulheres, que não estavam contentes com as limitações de seus sentidos objetivos. Eles não queriam aceitar a mera aparência das coisas.

Os primeiros ocultistas

Talvez a história mais antiga do Egito, uma história escrita por aquele povo, e tomada das traduções dos hieróglifos, em suas próprias fontes secretas, é a história escrita por Manetho. Ele era um homem de grande cultura, de grande poder, e com um acesso ilimitado ao conhecimento arcano e os ensinamentos dos egípcios. Ele era o supremo sacerdote de Heliópolis, da grande Escola de Mistérios, localizada naquela cidade, que era dedicada ao sol, símbolo da força positiva, criativa do universo, de acordo com a concepção, comum, de então. Manetho viveu aproximadamente por volta de 280 AC. Ele é geralmente mais conhecido, porque foi o primeiro a tentar fazer um registro completo, ou procurar descobrir a linhagem dos reis e dinastias egípcios, desde os mais antigos tempos. Mesmo hoje, com o avanço da arqueologia, sua cronologia das dinastias é muitas vezes utilizada, para referências. O que nos importa é que em alguns de suas obras, encontramos que os mais antigos egípcios, dado o próprio interesse deles, devem ter sido ocultistas, e que, portanto,  são os mais antigos ocultistas, em termos de tempo, no mundo inteiro.
De acordo com Manetho, os antigos egípcios procuravam descobrir quando apareceu o primeiro mortal sobre a terra. Agora, nós não estamos interessados com o fato que algumas de suas conclusões possam ser infantis e suas assunções, daquela época, possam ser falsas. O fato é que eles queriam ver além do imediato. Eles não estavam contentes em aceitar as coisas, como eles assumiam que pudessem ser; não queriam que o que fosse desconhecido continuasse a sê-lo. De acordo com suas conclusões, o primeiro mortal sobre a terra era alguém conhecido como Hephaestus, um médico grego muito antigo. Estes egípcios, do mesmo modo, afirmavam que ele havia sido o descobridor do fogo, e eles calcularam que seu aparecimento sobre a terra foi aproximadamente 24.000 anos antes da época deles, ou por volta de 30.000 anos de nosso tempo, hoje. Desde estas primeiras investigações ocultas, muita matéria foi acumulada através dos séculos, que mostrava, e ainda mostra, o título de oculta. Alguns dos livros, em que aparece, deveriam ser descartados, pois uma grande parte deste acervo de material já não tem valor; por outro lado, uma parte de tal acervo é realmente merecedora de atenção e mostra uma busca da verdade, e a possível conquista desta verdade.
 Deste acervo de material, emergiram sete princípios fundamentais do ocultismo. Estes perduraram, porquanto são práticos e têm um valor moral, como sendo aceitáveis e úteis aos povos de hoje, do mesmo modo como o eram aos povos, no meio dos quais eles foram concebidos. O primeiro destes princípios ocultos pode ser chamado a unidade de todo ser. Em outras palavras, foi uma tentativa para encontrar alguma força ou princípio básico, ou fundamento, pelo qual poderia ser provado que havia uma unidade em toda a existência. Este foi um pensamento ousado, indicando uma extraordinária abertura da mente, num mundo de aparente diversificação. Mesmo hoje, com o conhecimento e acesso a fontes de conhecimento, conforme olhamos em torno e vemos as miriades de realidades, o grande número de diferentes coisas, que compreendem nosso mundo, parece quase impossível conceber que poderia haver qualquer base para uma relação entre estas coisas,  extremamente diferentes na aparência e na função. Para os homens, tão distantes de nosso tempo, fazerem uma busca, por uma unidade em tal mundo de variedade, mostra uma séria contemplação.

O Princípio da Unidade

 De acordo com o Livro Sagrado, que era o nome de uma das obras de Manetho, preparada por ele para um dos Ptolomeus, e para ser colocada numa biblioteca em Alexandria, os antigos egípcios contemplaram, há longo tempo, esta unidade da existência.  Para eles, a deusa Isis era o aspecto materno do universo. Além do mais, de acordo com a obra de Manetho, o nome Isis significava “Eu venho de mim mesma”. Isto indicaria que Isis foi um movimento que se auto-originou; ela, portanto, perpetuou sua própria existência, não teve criador, ela continuou, partindo da natureza de sua própria existência. Foi, além do mais, indicado que aquilo que é, sempre é, em essência. Agora, há, naturalmente, numerosas lendas entre os egípcios, para mostrar que Isis, como uma deusa, veio de alguma outra fonte, porém entre os adeptos das escolas de mistério e entre os verdadeiros ocultistas, Isis, o aspecto maternal, sempre foi, como um atributo fundamental do ser, do qual consiste o universo. Além do mais, nesta obra, a pedra-ímã, o minério magnético, foi chamado ‘ossos de Horus’. Horus era um dos deuses do Egito. De acordo com a teogonia, ele era o filho de Ra – este sendo o sol e o símbolo do poder positivo criativo, emanando através do universo. O minério de ferro era chamado Typhon, um outro deus, simbolizando o poder destrutivo, negativo, do universo, e estes dois poderes atuavam, um sobre o outro, na mesma maneira como o ferro é muitas vezes, tanto atraído ou repelido, pela pedra-ímã. Os egípcios tentaram explicar que, da mesma maneira, o bem, o movimento racional do mundo, muitas vezes atrai Typhon, ou o aspecto negativo, e este movimento bom, racional, persuade e suaviza o poder negativo e mau; assim, de acordo com este antigo escrito, há no mundo um contínuo confronto entre estes dois grandes opostos.
Livro Sagrado raciocina, mostrando que todo o ser, em seu estado primário, sempre foi. Ele nunca teve um princípio. Nunca houve quaisquer partes dele, como nos parece discernir em nosso mundo. Havia apenas um eterno movimento, a atração e a repulsão entre os dois poderes opostos, assim que um percebe a relação entre a pedra-ímã e o minério de ferro. De acordo com Livro Sagrado, esta oscilação, ou este movimento contínuo, fez surgir os quatro princípios. Estes quatro princípios eram realmente quatro expressões da natureza; em outras palavras, o fogo, o ar, a água e a terra. E as quatro expressões cruzam o mundo inteiro, existem e se movem em toda parte e, assim fazendo, transformam a si próprios; mudam para a infinita variedade das criações e formas, dos quais somos conscientes, como realidades. Naquele antigo tempo, séculos antes dos atomistas gregos, antes de Heráclito e Empédocles, por exemplo, foi declarado, por estes ocultistas, que todas as coisas estão em todo o resto – isto é, que a essência de cada coisa é a mesma, como a essência de qualquer outra coisa, significando que, no seu fundo, todas as coisas são, primariamente, relacionadas. Foi declarado, também, que nada, portanto, no mundo, apesar da sua complexidade ou de sua aparente importância, é independente destas forças primárias da natureza, e nada pode elevar-se acima delas.
Meister Eckhardt, famoso místico e ocultista alemão, muitas vezes chamado como o Pai do Misticismo Alemão, argumentava que Deus está em toda a parte. Deus é o mesmo, em qualquer forma ou aspecto, para aqueles que podem vê-Lo e que O vêem. Ele exorta o ser humano a não procurar Deus, como uma luz reluzente em trevas remotas, ou em algum canto do universo, mas procurar e encontrar Deus em toda e qualquer manifestação da natureza.
O ocultista diz que Deus é um dispersador da mente, através do inteiro universo. Ele chega a esta conclusão, não porque isto satisfaz seu capricho ou sua fantasia, mas porque, após suas investigações, aquela explicação parece confirmar mais rapidamente aquilo de que ele teve a experiência. O ocultista afirma que você somente pode sacar algo da mente de Deus, para utilizar este algo, somente se tiver tido, em primeiro lugar, o conhecimento de suas expressões, sua infinita variedade de manifestações – em outras palavras, suas obras.
Portanto, é preciso que o ser humano estude o self e a natureza, para que possa utilizar plenamente o poder de Deus. O ocultista, além do mais, advoga que não é suficiente apenas satisfazer a nós mesmos, com a crença num Deus, ou conhecer Deus e ter a convicção de que Ele é. Nós temos, também, que usá-Lo, em toda a parte, pois somente no uso de Deus, podemos nos beneficiar de Seu poder e de Sua natureza.

O Mistério do Número

 O segundo princípio oculto, honrado através dos tempos, diz respeito ao número. Dentro desta grande unidade do ser, que o ocultista estabeleceu, como seu princípio necessário, tem que haver um plano de operação. Não pode haver apenas um eterno movimento, ou oscilação, de forças através de todo o universo, que seja caprichoso. Este movimento tem que ser de acordo a uma ordem, e tem-se afirmado, neste segundo princípio, que o número é a chave para o entendimento e a direção, pelo ser humano, desta ordem, conforme ele se relaciona consigo mesmo. O número é o comprimento, entre o mundo material e o imaterial. O ocultista compreende, naturalmente, que não há uma separação entre o microcosmo e o macrocosmo; caso contrário, não haveria uma unidade do ser. Num todo, entretanto, o microcosmo é mais discernível pelo ser humano. Seus sentidos objetivos podem perceber mais o microcosmo, e o assim-chamado imaterial, ou intangível, é, para ele, mais difícil compreender, e entender seu relacionamento com ele. Número é o comprimento, é a distância entre os mundos, o material e o imaterial. O ocultista entende, naturalmente, que não há uma separação entre o microcosmo e o macrocosmo; se assim não fosse, não haveria a unidade do ser. Como num todo, entretanto, o microcosmo é mais discernível, pelo ser humano. Seus sentidos objetivos podem perceber mais o microcosmo; e os assim-chamados imaterial e intangível são mais difíceis para sua compreensão, e para que possa dar-se conta de seu relacionamento com eles. O número se torna a chave, pela qual a verdadeira natureza do assim-chamado mundo imaterial nos é revelada, e ele então consegue ver a maneira, na qual este mundo imaterial é contíguo à sua existência material e seu ser.
O princípio oculto do número foi primeiramente expresso na antiga Cabala hebraica. A palavra Cabala, literalmente traduzida, significa ensinamentos tradicionais, secretos. De acordo com a tradição da Cabala, sua origem é por nós identificada como sendo da época de Moisés, quando esteve no Monte Sinai e quando, segundo a lenda e a tradição nos dizem, ele foi testemunha daquela manifestação teofânica. A tradição, além disto, diz que, naquela ocasião, ele recebeu dois tipos de conhecimento canônico – isto é, um conhecimento, que foi transformado em escrita, sobre tabuletas ou placas, coisa que, segundo se diz, ele trouxe com ele, em sua descida da montanha – e também o conhecimento de coisas maravilhosas. Este conhecimento de “coisas maravilhosas”, entretanto, não foi transformado por ele em escrita, pois se diz que ouviu do Senhor, naquela ocasião: “Estas palavras tu divulgarás, e estas palavras tu esconderás.” Foi o segundo item que constituiu o conhecimento das coisas maravilhosas. De acordo com a tradição cabalística, o Cabalista estava proibido de divulgar, ou explicar, o capítulo da criação, perante mais do que um ouvinte, cada vez. Do mesmo modo, não lhe era permitido falar com mais de uma pessoa, por vez, a respeito da carruagem celeste – no caso, referindo-se à natureza de Deus. Estes tópicos eram para serem discutidos, ou falados, somente com sábios, ou seja, com pessoas de profunda compreensão. Consequentemente, a Cosmogonia e a teosofia, o estudo de Deus, foram tratados como estudos esotéricos, isto é, como os ensinamentos internos da Cabala. Poderíamos dizer que, tradicionalmente, a Cabala consistia de uma contemplação do ser de Deus, se Deus havia originado a Si próprio, se Ele havia tido um começo, se Sua natureza poderia um dia acabar; além disto, os ensinamentos consistiam de uma contemplação da origem do universo, e seu relacionamento para com a natureza de Deus. Havia vinte e quatro livros do Canone, a lei da Cabala, publicados – isto é, reduzidos, transformados em escrita, que podiam ser usados pelo profano, por aqueles que eram meramente curiosos, bem como por aqueles que eram estudantes. Havia, entretanto, setenta livros da Cabala, que estavam escondidos, estavam ocultos, eram indisponíveis aos profanos; eram, porém, disponíveis somente àqueles que eram sábios e aqueles que faziam jus a isto, pelo seu próprio merecimento. (Continua)
(Publicado no Rosicrucian Digest, outubro 1946)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

COMO NASCEU A INTELIGÊNCIA HUMANA



A inteligência não significa apenas uma representação de alguma atividade humana ou a capacidade de executá-la. É um conceito amplo e diverso que abrange não apenas a mente, mais toda a estrutura corporal, emocional e cognitiva do ser humano. Trago um texto interessante para ler e refletir.

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Fala-se muito sobre a inteligência humana. Dizem haver pessoas mais inteligentes que outras. Há quem afirme que as mulheres são mais inteligentes que os homens, porque possuem maior sensibilidade, guardam, por maior tempo, informações na memória. Mas o que impressiona, na humanidade, é o fato de entre tantos seres vivos somente o ser humano possuir inteligência. Como esse caso se deu? Porque o homo erectus possui a inteligência ausente nos outros animais?
Segundo a ciência, a resposta se deve ao fato de o surgimento da inteligência na raça humana ser um evento fortuito, raríssimo, e cuja possibilidade de vir a ocorrer novamente, num ambiente natural, diga-se, em outro planeta, é um número astronomicamente pequeno. É um fenômeno raro de se repetir. 
Na Universidade Harvard, há os estudos do famoso biólogo Ernst Mayr, que falam sobre a possibilidade de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos. E, ali, ele afirma que os seres humanos são mesmo produtos sobrenaturais. De 30 milhões de espécies vivas, atualmente, e cerca de 50 bilhões de outras espécies vivas ou que já viveram e sumiram, somente o Homo sapiens desenvolveu inteligência superior. A média de sobrevivência de uma dada espécie, na Terra, anda por volta de 100.000 anos. 
Com base nesses estudos de Harvard é possível afirmar que a espécie humana atual, o Homo erectus, existe há 500.000 anos, aproximadamente. Mas foi há apenas 6.000 ou 8.000 anos a.C. que alguns homens abandonaram a vida selvagem, de caverna, e migraram à árdua agricultura, fato que tornou possível o aparecimento das primeiras aldeias sedentárias no Oriente Médio. Assim, os primórdios da civilização humana e urbana remontam aos mais primitivos sítios neolíticos, em Jericó, há 6000 a.C. e em Jarmo, no Iraque, há 4500 a.C. 
Ainda, tomando por fonte os estudos da Universidade de Harvard, particularmente aqueles do psicólogo e neurocientista David Goleman, há três tipos de inteligência:
A inteligência intelectual - É a inteligência analítica pela qual elaboramos conceitos e fazemos ciência. Com ela organizamos o mundo e solucionamos problemas objetivos. Nessa classificação reside o famoso QI (Quociente de inteligência) ao qual se deu tanta importância em todo o século XX. 
A inteligência emocional – É a inteligência que foi popularizada pelo psicólogo e neurocientista de Harvard, David Goleman, com seu conhecido livro A Inteligência emocional (QE=Quociente emocional). Empiricamente ele mostrou o que era convicção de toda uma tradição de pensadores, desde Platão, passando por Santo Agostinho e culminando em Freud: a estrutura de base do ser humano não é razão (logos) mas é emoção (pathos). Somos, primariamente, seres de paixão, empatia e compaixão e só em seguida, de razão. Quando combinamos QI com QE conseguimos nos mobilizar a nós e aos outros. 
A inteligência espiritual - A prova empírica desse tipo de inteligências nasceu de pesquisas recentes, feitas nos últimos dez anos por neurólogos, neuropsicólogos, neurolinguistas e técnicos em magnetoencefalografia -- que estudam os campos magnéticos e elétricos do cérebro. Na convicção desses cientistas existe em nós, cientificamente verificável, outro tipo de inteligência pela qual não só captamos fatos, ideias e emoções, mas percebemos os contextos maiores de nossa vida, totalidades significativas e nos faz sentir inseridos no Todo. Essa inteligência torna o ser humano sensível a valores, a questões ligadas a Deus e à transcendência. Por isso ganhou o nome de inteligência espiritual. Também, por essa razão, neurobiólogos, como Persinger, Ramachandran e a física quântica Danah Zohar, batizaram essa região da inteligência dos lobos temporais de "o ponto Deus", que aciona a necessidade humana de buscar um sentido para a vida.
A inteligência é nada mais que o conhecimento recebido pelo homem, o que podemos chamar de raciocínio, e utilizado por ele através do que chamamos de memória. 
Podemos dizer que o raciocínio, é a velocidade com que o ser humano recebe o conhecimento. Já a memória é o tempo que o conhecimento pode ser guardado na mente humana. 
Pelo que aprendemos, anteriormente, os seres humanos podem possuir mais ou menos energia em suas células. Um homem pode possuir mais que outro, ou uma mulher mais que outra. Mas normalmente as mulheres possuem mais energia que os homens. Desta forma o conhecimento se manifesta no homem e na mulher da seguinte maneira:
Analisando-se que a energia externa ao corpo do homem e da mulher é a mesma em proporções, e como o homem possui menor quantidade de energia no cérebro que as mulheres, a velocidade do conhecimento de fora para a sua mente será maior, ou seja, o homem tem um raciocínio mais rápido, a mulher um raciocínio mais lento.
Como a mulher possui mais energia em seu cérebro, a velocidade do conhecimento para sua mente será mais lenta, mas em compensação, a mulher por este mesmo motivo demorará mais tempo que o homem para perdê-lo, ou seja, elas possuem uma memória bem maior que a dos homens. 
Se levarmos em conta que a inteligência é o conjunto formado pela memória mais raciocínio, os dois empatam. Porém a mulher, apesar de precisar de mais tempo para raciocinar, terá a memória a seu favor, e sempre terá opiniões mais sensatas que as dos homens, além de um temperamento bem mais calmo para chegar a conclusões satisfatórias. 
Encontrou-se, num estudo da Universidade de Montreal, Canadá, a descoberta, feita por cientistas, de existir mais de um "ponto de Deus" no cérebro humano. Em outras palavras, descobriu-se que experiências místicas são mediadas por diversas regiões cerebrais e sistemas normalmente implicados em um grande número de funções -- consciência de si mesmo, emoção, representação do corpo. O trabalho, publicado na edição atual de Neuroscience Letters, foi encabeçado pelo pesquisador Mario Beauregard."O principal objetivo foi identificar os correlatos neurais da experiência mística", diz Beauregard. "Isso não diminui o valor dessas experiências, nem confirma ou desconfirma a existência de Deus".
Agora, a questão crucial do ser humano, segundo estudos científicos, reside no fato de ele possuir a inteligência intelectual sem o desenvolvimento da inteligência sentimental. Daí nasce o conflito entre a razão e a emoção. E desse conflito surgem tantos episódios desabonadores da raça humana, como a brutalidade, a violência, a imbecilidade, a animalidade, o descontrole diante de fatos e situações da vida.
Então, é nesse desequilíbrio do sentimento e da razão que repousa, atualmente, a dolorosa realidade do mundo. O grande erro das criaturas humanas foi entronizar apenas a inteligência, olvidando os valores legítimos do coração nos caminhos da vida.
O ensinamento hinduísta, que remonta a milhares de anos, tem a sua versão poética da evolução: 


“a alma dorme na pedra,
sonha na planta,
agita-se no animal
e desperta no homem.”

Nesse diapasão, mas com alguma diferença, grifa Leon Denis:

“Na planta, a inteligência dormita;
no animal, sonha;
só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente.”



Luisa Karlberg - lessaluisa@yahoo.com.br
Imagem: psy-minds.com

domingo, 2 de dezembro de 2018

Joseph Smith Jr.

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Joseph Smith Jr. (Sharon, 23 de dezembro de 1805 - Carthage, 27 de junho de 1844) foi um religioso e o primeiro presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Hoje conta com dezenas de milhões membros em mais de 206 países pelo mundo.
Quando tinha apenas 14 anos de idade, Joseph foi respondido a uma oração, cuja pergunta era: "Qual de todas as igrejas estava certa?" Ele foi respondido com uma visão, da qual Deus e Jesus Cristo lhe orientam, dizendo que não deveria se unir a nenhuma das igrejas, mas que logo a mesma igreja que fora criada durante o ministério pessoal de Cristo, voltaria para terra.
Em 1829 aos 24 anos, Joseph Smith afirma ter sido chamado como profeta de Deus, assim como Moisés, Abraão e muitos outros na Bíblia, servindo como um instrumento nas mãos de Deus para restaurar a Igreja primitiva de Jesus Cristo, e todos seus ensinamentos que foram perdidos. Ele foi o responsável por traduzir as placas de ouro e publicar a tradução do Livro de Mórmon (Outro testamento de Jesus Cristo), que de acordo com Joseph, foi um registro escrito no continente americano em placas de ouro, que começou a ser escrito no ano 600 AC por Néfi e seus descendentes, e que foi encontrado por ele através de revelação divina. Ele traduziu esse registro do Egípcio reformado para o Inglês, através do poder de Deus, sendo assim o seu principal fruto como profeta de Deus. 
Joseph testifica que Deus organizou sua Igreja novamente na terra, com a mesma organização existente na igreja primitiva de Jesus, isto é, com profetas e 12 apóstolos.
Os membros da Igreja de Jesus Cristo consideram Joseph Smith um profeta dos tempos atuais. Título semelhante é carregado por todos aqueles que o sucederam na presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Os membros da Igreja também consideram como textos sagrados, todas as suas revelações, publicadas em livro denominado Doutrina e Convênios e Pérola de grande valor. Essas revelações tem a mesma autoridade e importância que as contidas na Bíblia e no Livro de Mórmon. Os membros da Igreja testificam, que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13:8), logo, Cristo irá chamar profetas hoje e sempre, todos participando de uma linhagem de profetas que ensinam continuamente o evangelho, sem discordâncias entre si.
Entre 1830 até 1844, Joseph e os membros da Igreja foram muito perseguidos, pois a igreja crescia muito rápido e os religiosos mais influentes da época estavam atemorizados. Os "mórmons" estavam apenas pregando o evangelho de Jesus Cristo. Porém, a perseguição foi tão grande que eles foram forçados a fugir para Kirtland e posteriormente para Nauvoo. Joseph No dia 6 de abril 1830 organizou oficialmente a igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias. Ele foi morto em 27 de junho de 1844 juntamente com seu irmão, Hyrum, quando uma multidão anti-mórmon invadiu a Cadeia de Carthage, onde ele se encontrava preso.
Joseph Smith Jr. nasceu em 23 de dezembro de 1805, em Sharon, Vermont. Seus pais eram Joseph Smith Sr. e Lucy Mack Smith, um casal de fazendeiros migrantes. De família numerosa, tinha dez irmãos e irmãs. Viveu sua infância em fazendas nos estados de Nova Iorque, Vermont e New Hampshire. De origem pobre, a família Smith era religiosa e quase todos os seus membros eram alfabetizados. Entre 1816 e 1817, a família Smith mudou-se para oeste de Nova Iorque, até à vila de Palmyra. A área em que moravam possuía repetidos renascimentos religiosos durante este período. Apesar de nunca ter se tornado adepto a uma das igrejas existentes em sua adolescência, Smith participou de reuniões de todas as igrejas com sua família, como exemplo a Presbiteriana, onde estudavam a Bíblia.
Convivia com sua família na zona rural de Palmyra, quando supostos movimentos evangélicos levaram a um despertar religioso na região manifestação religiosa conhecida como “O Grande Despertar” (Religious Awakening), o que o levou a sérias reflexões pessoais. Ele desejava saber qual daquelas igrejas era correta. Um dia, leu uma passagem na Bíblia que dizia: “ Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. ” (Tiago 1:5). Joseph decidiu aceitar o convite e perguntar a Deus.
Na primavera de 1820, Joseph foi a um bosque próximo a sua casa e orou para saber a qual igreja deveria unir-se. Em resposta à sua oração, o Pai Celestial e Seu Filho, Jesus Cristo, lhe apareceram. Joseph escreveu: “Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: — Este é Meu Filho Amado. Ouve-O! ” Foi respondido a Joseph que não deveria unir-se a nenhuma das igrejas existentes naquele tempo pois estas estavam todas erradas. E que seus líderes se aproximavam de Deus com a boca, mas não com o coração.
Em 1823, Joseph foi visitado por um mensageiro celestial chamado Morôni, que o guiou a um monte, onde mostrou a Joseph, placas de ouro, que continham a história de uma antiga civilização vinda de Jerusalém, que estabeleceu-se nas Américas por indicação divina. Em 1827, Joseph teve autorização do mensageiro para retirar as placas, e traduziu-as para o inglês com o auxílio do Urim e Tumim. A obra traduzida recebeu o nome de Livro de Mórmon, por causa de um dos profetas do livro chamado Mórmon, que foi quem resumiu e organizou todos os registros desde o começo.

Restauração da religião (1827 - 1830)

Em outubro de 1827, Smith e Emma Smith, sua esposa, mudaram-se de Palmyra a Harmony (agora Oakland), Pensilvânia, com a ajuda de Martin Harris.
Em 6 de Abril de 1830, Joseph e alguns convertidos organizaram a A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. As denominações evangélicas passam a perseguir Joseph e a igreja. Assim, todos os membros da igreja, liderados por Joseph e outros líderes, mudaram-se para Nova Iorque. O primeiro templo é estabelecido em Kirtland, Ohio, em 1836. Apesar da saída dos santos dos últimos dias de Fayette, a perseguição aos religiosos continuou. Sendo assim, novamente os santos dos últimos dias saíram de Ohio e mudaram-se para o Missouri, e depois para Illinois, onde em 1839 surge a comunidade de Nauvoo.
Joseph Smith fundou a cidade de Nauvoo e implementou por revelação moderna, várias leis, como por exemplo, a lei da consagração, onde os membros da recém-restaurada igreja deveriam dispor seus bens ao bispo da Igreja e esses bens eram divididos entre os membros de forma igualitária. Esse modo de organização econômica deu a eles muita prosperidade e rapidamente a cidade cresceu e todos tinham uma altíssima qualidade de vida.

Vida em Ohio

Quando Smith se mudou para Kirtland, Ohio, em janeiro de 1831, sua primeira tarefa era trazer a congregação de Ohio para dentro de sua própria autoridade religiosa por anulação de exposição aos novos convertidos, com "exuberantes dons espirituais". A congregação, liderada por Sidney Rigdon, incluía uma profetisa que Smith declarou ser indigna. Antes da conversão, a congregação também tinha praticado uma forma de comunismo cristão, e Smith adotou um sistema comunal dentro de sua própria igreja, chamando-a de Ordem Unida de Enoch. Por revelação de Deus, Smith começou uma revisão da Bíblia em abril de 1831, no qual ele trabalhava esporadicamente até a sua conclusão em 1833. Assim, na Conferência Geral da Igreja em junho de 1831, ele apresentou a maior autoridade de hierarquia da igreja, o Sacerdócio de Melquisedeque, ou Sacerdócio Maior.
A igreja crescia à medida que novos convertidos chegavam em Kirtland. No verão de 1835 havia quinze congregações para dois mil mórmons que viviam nos arredores de Kirtland. Joseph Smith levou a Oliver Cowderya responsabilidade pregar o evangelho aos indígenas que viviam na região. Embora a missão de converter os índios tenha sido um fracasso, Oliver Cowdery mandou dizer que havia encontrado o local para a Nova Jerusalém no Condado de Jackson, Missouri. Depois de ter visitado o local, em julho de 1831, Smith concordou e pronunciou ao Conselho que aquele deveria ser o lugar central de "Sião". Smith continuou a viver em Ohio, mas visitou o Missouri novamente no início de 1832, a fim de evitar uma rebelião dos Santos proeminentes, incluindo Cowdery, que acreditava que Sião estava sendo negligenciada. A viagem de Smith foi acelerada por um grupo de moradores liderados por ex-Santos, que indignaram-se com a Ordem Unida e o poder político de Smith. A multidão agrediu ferozmente Joseph Smith e Rigdon, que foram cobertos de piche e penas de aves.
Muitos dos não-mórmons que viviam na região do condado de Jackson ressentiam os recém-chegados mórmons por razões políticas e religiosas, temendo uma dominação da região por parte dos mórmons. Muitos ataques contra mórmons começaram em julho de 1833. Smith aconselhou os mórmons a agirem pacientemente e suportar as opiniões contrárias. No entanto, uma vez que os ataques começaram a se agravar, muitos mórmons começaram a se defender, muitas vezes reagindo aos ataques. Porém, muitos deles foram brutalmente expulsos do condado. Smith reuniu todos os santos expulsos do condado e voltaram para o Missouri, em uma expedição paramilitar, mais tarde chamado de Acampamento de Sião. Quando o campo se encontrava em desvantagem numérica, Smith retirou-se e deu uma revelação de que agora não era o tempo para construir a nova jerusalém e deram continuidade a construção do Templo de Kirtland.
Joseph organiza todas as revelações e as coloca em um livro, hoje chamado de Doutrina e Convênios. Smith também traduziu um papiro encontrado, mais tarde publicado como o Livro de Abraão. O Santos construíram o Templo de Kirtland a grande custo, e na dedicação do templo, em março de 1836, eles participaram da doação profetizada, uma cena de visões, visitas de anjos e outras experiências espirituais. Durante o período 1834-1837, os mórmons viveram em paz nos Estados Unidos.
Em 1839 a perseguição na região de Ohio aumentou e eles foram expulsos para o Missouri. Perdendo a posse do Templos recentemente construído.

Vida no Missouri

Depois de deixar o Condado de Jackson, no Missouri, o Santos criaram a cidade de Far West. Também foi iniciada a construção de um novo templo. Durante esta época, milhares de santos dos últimos dias foram guiados por Joseph Smith Jr e Sidney Rigdon para Far West. Porém, a grande maioria dos que seguiram Smith para Far West foram expulsos da região por nativos não mórmons e de outras religiões, inclusive o próprio Smith foi expulso.
Ainda em 1838, Joseph Smith Jr. tomou por decisão que os mórmons deveriam ser candidatos a cargos políticos, como uma forma de defesa dos anti-mórmons. Em 4 de julho, Sidney Rigdon produziu um discurso atacando os anti-mórmons. Esse discurso foi publicado em diversos jornais de Missouri. Em contra ataque, muitos anti-mórmons de todo o país se uniram para ataca-los, centenas de não mórmons mataram cerca de 40 mórmons, incluindo crianças, no Massacre de Haun's Mill, efetivamente acabando com os conflitos.
Em 1 de novembro de 1838, o Santos, incluindo Joseph Smith Jr., se renderam aos 2.500 soldados do Missouri, e concordaram em perder suas propriedades e deixar o estado. Smith foi submetido a corte marcial e quase executado por traição. Porém, Alexander Doniphan, um advogado mórmon, provavelmente salvou a vida de Smith, insistindo em que ele era um civil. Smith foi enviado a um tribunal do Missouri para uma audiência preliminar, onde vários de seus antigos aliados, incluindo o comandante Danite Sampson Avard, viraram-se contra ele. Smith e outros cinco mórmons, incluindo Sidney Rigdon, foram acusados de "atos de traição evidente", e transferidos para a cadeia de Liberty, na região noroeste do Missouri, para aguardar julgamento.
Joseph Smith Jr. e Sidney Rigdon viveram presos por quatro meses. Brigham Young levantou-se em destaque como defensor de Smith. Sob a liderança de Young, cerca de 14 000 jovens Santos dos Últimos Dias viajaram até ao Illinois em busca de terras à venda. Smith passou grande parte de seu tempo na cadeia de Liberty escrevendo textos e declarações aos santos dos últimos dias.
Smith e seus companheiros tentaram escapar pelo menos duas vezes durante os quatro meses de prisão, mas em 6 de abril de 1839, a caminho de uma prisão diferente após a audição do júri, eles foram liberados da pena. E mais tarde a justiça dos Estados Unidos pediu desculpas formais pela pena injustamente imposta sobre eles.

Vida em Nauvoo, Illinois

Ao contrário do Missouri, Joseph Smith e os mórmons foram bem recebidos em Illinois. Joseph Smith Jr. e os [santos dos últimos dias [SUDs]] ocuparam uma região pantanosa do Illinois e fundaram a cidade de Nauvoo. A imagem que a população do Illinois tinha dos santos dos últimos dias era a de um povo trabalhador e muito determinado a servir a Deus. Smith pediu ao governo federal para ajudar na obtenção de reparações. Durante uma epidemia de malária, Joseph Smith e os apóstolos ungiu os doentes com óleo e os abençoou, e muitos milagres e curas foram relatados. Foi vivendo no Illinois que ele enviou Brigham Young e outros membros do Quórum dos Doze Apóstolos para missões na Europa. Estes missionários encontraram muitos convertidos disposto na Grã-Bretanha, iniciando o crescimento da Igreja pelo mundo.
Em dezembro de 1843, sob a autoridade do Quórum Cristo, Smith solicitou o Congresso a fazer de Nauvoo um território independente, com o direito de convocar as tropas federais em sua defesa. Então, Smith anunciou sua candidatura própria para Presidente dos Estados Unidos. O Quórum dos Doze Apóstolos e milhares de outros missionários mórmons e não-mórmons apoiaram com a alegria a candidatura política de Smith. Em março de 1844, na sequência de uma disputa com um burocrata federal, Smith organizou o Conselho dos Setenta. O Conselho serviu para pregar o evangelho para todo o país.

Dissidência em Nauvoo

Devido a várias acusações, Joseph Smith e seus companheiros mais próximos acabaram presos. Em 24 de junho de 1844, Smith e seu irmão, Hyrum Smith, foram levados para a cadeia de Carthage, acusados de fraude. Claramente, Joseph Smith havia ganhado uma grande influência não só entre os santos dos últimos dias, e devido a esse fato, pretendia lançar-se candidato à Presidência dos Estados Unidos. Historiadores acreditam que esse fato tenha contribuído para o assassinato de Joseph Smith Jr. e seu irmão Hyrum Smith em 27 de junho de 1844. Para os membros da igreja, não importa a causa exata de assassinarem ele, mas que assim como os profetas do velho testamento, o própio Cristo e seus apóstolos, também foram assassinados por defenderem a Deus, e com Joseph, não deveria ser diferente.

Morte

O assassinato de Joseph Smith Jr. e Hyrum Smith

Na primavera de 1844 uma fissura se desenvolveu entre Smith e alguns de seus colaboradores mais próximos, mais notavelmente em William Law e Robert Foster, um general da Legião Nauvoo. William Law e Robert Foster discordaram de Smith sobre como gerenciar a economia teocrática de Nauvoo. Após a organização dos dissidentes, Smith excomungou-os em 18 de abril de 1844. Os dissidentes formaram uma igreja concorrente e, no mês seguinte, Smith enfrentou a justiça do Illinois sendo acusado de fraude bancária. Em resposta à igreja criada pelos dissidentes, Smith e seus seguidores defenderam-se dos argumentos apresentados por grande parte dos líderes dos dissidentes, e, em um discurso, Smith negou veementemente que praticava a poligamia. Após os dissidentes publicarem um novo jornal que tinha como título "auto-composição monarca", o Conselho dos Cinqüenta decidiu não processar os dissidentes e manter a situação da forma como estava.
Assim, em 7 de junho de 1844, os dissidentes propuseram uma reforma dentro da igreja. O jornal criado pelos dissidentes denunciou a poligamia e argumentou apresentar a realidade de Smith, prometendo mostrar provas de suas alegações em sucessivas edições. Em uma reunião do conselho da cidade de Nauvoo, Smith voltou a negar que a igreja estava praticando a poligamia. Sobre a teoria de que o jornal não possuía provas contra os mórmons, o Conselho ordenou à Legião Nauvoo denunciar o jornal como uma perturbação da ordem pública.
Smith aceitou a decisão do Conselho dos Cinquenta. O jornal encerrou suas atividades, e isso gerou tumultos em toda a cidade. Mesmo com a ordem de encerrar as atividades, várias publicações ainda foram feitas pelo jornal contra os Santos dos Últimos Dias, principalmente contra Smith. O movimento dissidente era liderado por Thomas C. Sharp, editor do Warsaw Signal. Temendo uma revolta, Smith mobilizou a Legião Nauvoo, em 18 de junho e declarou a lei marcial. Porém, Thomas Ford reapareceu e ameaçou formar um movimento ainda maior contra Smith, o Conselho dos Cinquenta e seus seguidores. Smith fugiu através do rio Mississippi. No entanto, sob pressão de Emma Hale Smith, sua esposa, e de outros santos, ele retornou à Nauvoo e se rendeu a Thomas Ford. Em 23 de junho, Smith e seu irmão, Hyrum, foram levados para a Cadeia de Carthage para serem julgados. A Família Smith permaneceu sob custódia, após a prisão de Joseph Smith Jr.
Smith e Hyrum permaneceram na cadeia de Carthage, juntamente com outros mórmons que também haviam sido presos injustamente. Na manhã do dia 27 de junho de 1844 Smith enviou uma carta ordenando à Legião Nauvoo que o libertasse da cadeia, mas o comandante em exercício calmamente desobedeceu essa ordem. No mesmo dia um grupo armado com os rostos pintados de preto invadiu a cadeia de Cartaghe e assassinaram Hyrum Smith instantaneamente com um tiro na face. Joseph Smith foi baleado enquanto saltava da janela, e em seguida, assassinado. Hyrum Smith e Joseph Smith Jr. foram enterrados em Nauvoo.

Poligamia

Em outubro de 2014 a igreja mórmom publicou um ensaio em seu site oficial que reconhecia pela primeira vez em sua história que seu fundador, Joseph Smith, teve entre 30 e 40 esposas, entre elas uma menina de 14 anos. Até então, a Igreja ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.A admissão sobre a vida do profeta do século XIX se encaixaria com a prática poligamica que a igreja teria abandonado em 1890. Smith teria tido entre 30 e 40 esposas com idades entre 14 e 56 anos, embora a maioria delas tivesse entre 20 e 40 anos. Algumas delas seriam casadas com amigos do profeta. Segundo o texto essa poligamia causava um “sofrimento insuportável” à sua primeira esposa, Emma, de acordo com o ensaio.

Maçonaria

Em 15 de março de 1842, antes que uma loja maçônica fosse estabelecida oficialmente em Nauvoo, e na tentativa de aumentar o número de membros na igreja, Smith iniciou-se na maçonaria neste local. Na cerimônia de sagração da Loja, estavam presentes os mórmons maçons reunidos em sua loja de ferragens. O profeta recebeu o primeiro grau de maçonaria, recebendo no dia seguinte os graus 2 e 3. Joseph Smith e Sidney Rigdon foram iniciados no mesmo dia pelo Grão Mestre Abraham Jonas. O próprio Joseph Smith confirma estas informações:
"Eu estava na Loja maçônica e fui elevado ao Grau Sublime" - History of the Church, March 15, 1842, vol. 4 Pág. 551,552
Um fato interessante é que a família de Smith era toda maçônica. O pai, Joseph Smith Sr. foi iniciado em 26 de dezembro de 1817, e foi elevado ao grau de mestre maçom em 7 de maio de 1818 na mesma Loja. Seu filho mais velho, Hyrum Smith, era membro da Loja 112 de Moriah. Existen  afirmavações de que ele teria intimidado seus parentes e amigos para que lhe fornecessem as informações necessárias que o qualificaram, em 24 horas, a receber o grau três da maçonaria.

Referências

 LDS Church. Consultado em 22 de novembro de 2010
 Joseph Smith History página 15
Ensinamentos do Profeta Joseph Smith Pg 85
PBS. Consultado em 22 de novembro de 2010
Try County. Consultado em 22 de novembro de 2010
Religion facts. Consultado em 22 de novembro de 2010
Joseph Smith History (pagina 15)
Roberts, B. H. (1904) - História de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Volume 2.
Joseph Smith Jr. (em inglês) no Find a Grave

Ligações externas

História de Joseph Smith (em português)
JosephSmith.net Site oficial da Igreja SUD a respeito de Joseph Smith (em inglês)
JosephSmithPapers.org Site oficial da colecção próxima de todos os documentos restantes de Joseph Smith (em inglês)

quarta-feira, 16 de maio de 2018

A história de Osíris, Ísis e Hórus: como o mito influenciou a vida no antigo Egito

Horus, Osiris e Iris



A lenda de Osíris é um dos mitos mais antigos do Egito e foi fundamental para a antiga religião do estado egípcio. Através dele, muitos fatos do cotidiano passaram a ser explicados e legitimados, como o direito ao trono por Hórus e os faraós, as guerras, a vida após a morte e a criação do Grande Adversário, Set.

Osíris: o primeiro deus dos vivos

Antes dos tempos atuais, os deuses caminhavam sobre a Terra junto aos humanos. Nessa Era de Ouro, Osíris se sentou no trono dos deuses e foi o primeiro faraó do mundo dos vivos, governando por muitas eras junto com sua rainha Ísis. Osíris era justo e correto, e com ele o mundo estava em equilíbrio.
Porém, Set, o irmão de Osíris, cobiçou seu trono e o poder sobre o mundo dos vivos, e quis arrancá-lo de seu irmão. Ele então armou um plano para matar Osíris e ficar em seu lugar.
Set construiu uma caixa e lhe pôs uma magia perversa, que faria com que qualquer um que entrasse nela ficasse preso. Então, ele a levou para a grande festa dos deuses, e esperou que Osíris estivesse embriagado para lhe desafiar em uma disputa, onde cada um deveria entrar na caixa, e depois sair usando sua força.
Osíris, seguro de seu poder, mas fraco por causa da bebida, entrou na caixa, e Set rapidamente derramou chumbo derretido nela. Osíris tentou escapar, mas a magia o prendeu e ele morreu. Set então pegou a caixa e atirou-a no rio Nilo, onde ela foi levada para longe.
Set reivindicou o trono de Osíris para si e exigiu que Ísis fosse sua rainha. Nenhum dos outros deuses ousou ficar contra ele, pois ele havia matado Osíris e poderia facilmente fazer o mesmo com eles, então eles se transformaram em animais para se esconder do malvado Set.

O desequilíbrio do mundo e as guerras

Este foi um tempo sombrio, pois ao contrário de seu irmão, Set era cruel e indelicado, não se importando com o equilíbrio de mundo. A guerra dividiu o Egito e já não havia lei durante seu governo, e o povo gritava e implorava para Rá, mas ele não os queria ouvir.
Apenas Ísis se lembrou de seu povo, e não tinha medo de Set. Então, ela procurou em todo o Nilo pela caixa contendo seu amado marido, até que a encontrou presa em uma árvore, que se tornou grande e poderosa por causa dos poderes de Osíris.  
Ísis levou a caixa de volta para o Egito e colocou-a na casa dos deuses. Ela se transformou em um pássaro, voou sobre o corpo sem vida de Osíris e lhe lançou um feitiço. O espírito de Osíris entrou nela e ela concebeu um filho, cujo destino seria vingar seu pai. A criança foi chamada de Hórus, e foi escondida em uma ilha distante, longe dos olhares de seu tio Set.
Ísis então foi até o sábio Thoth e implorou sua ajuda. Ela pediu a ele que usasse mágica para trazer Osíris de volta à vida. Thoth, senhor do conhecimento, sabia que o espírito de Osíris havia partido de seu corpo e estava perdido, e para que ele pudesse voltar a vida, Thoth teria que refazer seu corpo, para que o espírito o reconhecesse e voltasse.
Thoth e Ísis juntos criaram o Ritual da Vida, que permitiria que os seres vivessem para sempre após a morte. Mas antes que Thoth pudesse trabalhar em sua magia, Set os descobriu. Ele roubou o corpo de Osíris e o cortou em vários pedaços, espalhando-os pelo Egito, para que Osíris nunca pudesse renascer.

O ritual da mumificação e embalsamamento

Anúbis embalsamando

No entanto, Ísis não se desesperou, e implorou a ajuda de sua irmã Néftis, para ajudá-la a encontrar os pedaços de Osíris. Elas procuraram por muito tempo, trazendo cada parte para Thoth, e quando todas as peças estavam juntas, Thoth foi até Anúbis, senhor dos mortos.
Anúbis costurou os pedaços juntos, lavou as entranhas de Osíris, embalsamou-o, enrolou-o em linho e lançou o Ritual da Vida. Quando a boca de Osíris foi aberta, seu espírito entrou e ele viveu novamente.

O julgamento dos mortos

Reino dos mortos

No entanto, nada que tenha morrido, nem mesmo um deus, poderia habitar a terra dos vivos. Então Osíris foi o mundo inferior, onde Anúbis lhe entregou o trono, tornando-o senhor dos mortos. Lá ele é responsável pelo julgamento sobre as almas dos falecidos, levando os justos para a terra abençoada, e condenando os perversos.
Quando Set soube que Osíris estava novamente vivo, ele ficou irado, mas sua raiva diminuiu, pois ele sabia que Osíris jamais poderia voltar para a terra dos vivos. Sem Osíris, Set acreditava que ele se sentaria no trono dos deuses por toda a eternidade. No entanto, enquanto isso, Hórus crescia com valentia e força, escondido na ilha. Quando ele ficou preparado, sua mãe lhe deu uma forte magia para usar contra Set, e Thoth o presenteou com uma faca mágica.

O direito ao trono pelos faraós

Hórus procurou Set e desafiou-o para o trono. Set e Hórus lutaram por muitos dias, mas no final Hórus o derrotou, mas não o matou, pois derramar o sangue de seu tio não o faria melhor que ele.
Ambos reivindicaram o trono, e os deuses começaram a lutar entre si, com uns apoiando Hórus, e outros à Set. Para que o mundo não ficasse mais desequilibrado, os deuses foram procurar o conselho do sábio Neith, que afirmou que Hórus era o legítimo herdeiro do trono. Hórus então mandou Set para a escuridão e governou o Egito. Durante todo o reino egípcio, os faraós legitimaram seu direito ao trono, por serem o próprio Hórus-vivo.
Assim, essa história conta como Hórus cuidou de seu povo durante a vida, e seu pai, Osíris, julga os mortos e os cuida durante sua próxima vida.
Enquanto isso, Set eternamente se esforça por vingar-se, lutando contra Hórus em todas as eras. Quando Hórus vence, o mundo fica em paz, e quando Set vence, há guerras, crise e fome. Porém, os egípcios não se desanimavam, pois sabiam que os tempos sombrios não duravam para sempre, e os raios de Hórus brilhariam mais uma vez.

As "grandes histórias" do mundo

O mito de Osíris é considerado pelo grande autor britânico Neil Gaiman uma das "Grandes Histórias" do mundo. Essas Grandes Histórias fazem parte da experiência humana e elas nunca mudam, exceto em sua forma mais superficial. Seus detalhes pode ser modificados dependendo de quem conta a história, e os personagens podem ter nomes diferentes, mas fundamentalmente, ainda é a mesma história.
Uma versão do mito de Osíris existe em todas as culturas: o rei justo é assassinado por seu irmão cruel, apenas para ser vingado pelo príncipe que segue os passos de seu pai. Às vezes, o rei morto é recompensado por seus modos corretos em sua próxima vida.
Podemos encontrar outras versões da história de Osíris em civilizações próximas, como os gregos e romanos, no longínquo Japão e na China, no cristianismo, e até mesmo em Shakespeare, onde o príncipe vingador se chama Hamlet.
Essa história, assim como muitas outras "grandes histórias", faz parte de um inconsciente coletivo, sendo reproduzida nas mais distintas culturas, como forma de dar uma explicação para os fatos da vida.

Fonte: www.hipercultura.com

quinta-feira, 3 de maio de 2018

William Blake



William Blake (Londres, 28 de novembro de 1757 — Londres, 12 de agosto de 1827) foi um poeta, tipógrafo e pintor inglês, sendo sua pintura definida como pintura fantástica.
Blake viveu num período significativo da história, marcado pelo iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra. A literatura estava no auge do que se pode chamar de clássico "augustano", uma espécie de paraíso para os conformados às convenções sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era romântico, "enxergava o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do poder da Igreja Anglicana e do estado."

Infância

Blake nasceu na "28ª Broad Street", no Soho, Londres, numa família de classe média. Seu pai era um fabricante de roupas e sua mãe cuidava da educação de Blake e seus três irmãos. Logo cedo a bíblia teve uma profunda influência sobre Blake, tornando-se uma de suas maiores fontes de inspiração.
Desde muito jovem Blake dizia ter visões. A primeira delas ocorreu quando ele tinha cerca de nove anos, ao declarar ter visto anjos pendurando lantejoulas nos galhos de uma árvore. Mais tarde, num dia em que observava preparadores de feno trabalhando, Blake teve a visão de figuras angelicais caminhando entre eles.
Com pouco mais de dez anos de idade, Blake começou a estampar cópias de desenhos de antiguidades Gregas comprados por seu pai, além de escrever e ilustrar suas próprias poesias.

Aprendizado com Basire

Em 4 de agosto de 1772, Blake tornou-se aprendiz do famoso estampador James Basire. Esse aprendizado, que estendeu-se até seus vinte e um anos, fez de Blake um profissional na arte. Segundo seus biógrafos, sua relação era harmoniosa e tranquila.
Dentre os trabalhos realizados nesta época, destaca-se a estampagem de imagens de igrejas góticas Londrinas, particularmente da igreja Westminster Abbey, onde o estilo próprio de Blake floresceu.

Aprendizado na Academia Real Inglesa

Em 1779, Blake começou seus estudos na Academia Real Inglesa, uma respeitada instituição artística londrina. Sua bolsa de estudos permitia que não pagasse pelas aulas, contudo o material requerido nos seis anos de duração do curso deveria ser providenciado pelo aluno.
Este período foi marcado pelo desenvolvimento do caráter e das ideias artísticas de Blake, que iam de encontro às de seus professores e colegas.

Casamento

Em 1782, após um relacionamento feliz que terminou com uma recusa à sua proposta de casamento, Blake casou-se com Catherine Boucher. Blake ensinou-a a ler e escrever, além de tarefas de tipografia. Catherine retribuiu ajudando Blake devotamente em seus trabalhos, durante toda sua vida.

Trabalhos

Dante e Virgílio nos portões do Inferno, A Divina Comédia

Blake escreveu e ilustrou mais de vinte livros, incluindo "O livro de Jó" da Bíblia, "A Divina Comédia" de Dante Alighieri - trabalho interrompido pela sua morte - além de títulos de grandes artistas britânicos de sua época. Muitos de seus trabalhos foram marcados pelos seus fortes ideais libertários, principalmente nos poemas do livro Songs of Innocence and of Experience ("Canções da Inocência e da Experiência"), onde ele apontava a igreja e a alta sociedade como exploradores dos fracos.
No primeiro volume de poemas, Canções da inocência (1789), aparecem traços de misticismo. Cinco anos depois, Blake retoma o tema com Canções da experiência estabelecendo uma relação dialética com o volume anterior, acentuando a malignidade da sociedade. Inicialmente publicados em separado, os dois volumes são depois impressos em Canções da inocência e da experiência - Revelando os dois estados opostos da alma humana.
William Blake expressa sua recusa ao autoritarismo em Não há religião natural e Todas as religiões são uma só, textos em prosa publicados em 1788. Em 1790, publicou sua prosa mais conhecida, O matrimônio do céu e do inferno, em que formula uma posição religiosa e política revolucionária na época: "a negação da realidade da matéria, da punição eterna e da autoridade"
(...) Ver o mundo em grão de areia
e o céu em uma flor silvestre,
sustentar o infinito na palma da mão
e a eternidade em uma hora.(...)
"Augúrios de Inocência"
Apesar de seu talento, o trabalho de gravador era muito concorrido em sua época, e os livros de Blake eram considerados estranhos pela maioria. Devido a isto, Blake nunca alcançou fama significativa, vivendo muito próximo à pobreza.

Principais obras

Satã observando o amor de Adão e Eva, Mus. de Belas-Artes - Boston

Poetical Sketches (1783)
There is no Natural Religion (1788)
All Religions Are One (1788)
Songs of Innocence (1789)
Book of Thel (1789)
The French Revolution: A Poem in Seven Books (1791)
Original Stories from Real Life, de Mary Wollstonecraft (1791) (ilustrações)
A Song of Liberty (1792)
The Marriage of Heaven and Hell (1793)
Visions of the Daughters of Albion (1793)
America, A Prophecy (1793)
Songs of Experience (1794)
Songs of Innocence and of Experience (1794)
Europe, a Prophecy (1794)
The Book of Urizen (1794)
The Song of Los (1794)
The Book of Ahania (1795)
The Book of Los (1795)
Night Thoughts, de Edward Young (1797) (ilustrações)
Milton (1804)
The Grave, de Robert Blair (1808) (ilustrações)
Everlasting Gospel (1818)
Jerusalem (1820)
The Ghost of Abel (1822)
Dante's Divine Comedy (1825) (ilustrações)
O livro de Jó da Bíblia (1826) (ilustrações)
O Fantasma de uma Pulga (pintura)

Morte

Monumento próximo ao túmulo sem marca de Blake

No dia de sua morte, Blake trabalhava exaustivamente em A Divina Comédia de Dante Alighieri, apesar da péssima condição física que culminaria no seu fim. Seu funeral, bastante humilde, foi pago pelo responsável pelas ilustrações do livro, e apesar de sua situação financeira constantemente precária, Blake morreu sem dívidas.
Hoje Blake é reconhecido como um santo pela Igreja Gnóstica Católica, e o prêmio Blake Prize for Religious Art (Prêmio Blake para Arte Sacra) é entregue anualmente na Austrália em sua homenagem.
Referências
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William Blake, o estranho que virou santo Parana-online - consultado em 10 de outubro de 2010

Traduções

1. O Fantasma de Abel/The Ghost of Abel, Juliana Steil (trad.), (n.t.) Revista Literária em Tradução, nº 1 (set/2010), Fpolis/Brasil, ISSN 2177-5141

Ligações externas