segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Culto Afro-Brasileiro



O Culto Afro-Brasileiro
Inicialmente restritos aos escravos e seus descendentes, os cultos afro-brasileiros, especialmente a umbanda, ganharam adeptos da classe média urbana.
O candomblé das diversas "nações" africanas é a religião afro-brasileira que mais fielmente preserva as tradições dos antepassados e a menos permeável às transformações sincréticas, embora cultue secundariamente entidades assimiladas, como os caboclos e os pretos velhos. Predomina na Bahia e tem
muitos seguidores no Rio de Janeiro. A umbanda é francamente sincrética com o cristianismo e o espiritismo kardecista. O culto afro-brasileiro toma o nome de pajelança na Amazônia, babaçuê no Pará, tambor-de-mina no Maranhão, xangô em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, e batuque no Rio Grande do Sul.



Candomblé
Paradigma dos cultos de origem africana em todo o país, o ritual do  candomblé pode ser considerado, do ponto de vista musical, um oratório dançado. Cada entidade - orixá, exu ou erê - tem suas cantigas e suas danças específicas. O canto é puxado, em solo, pelo pai ou mãe-de-santo e é seguido por um coro em uníssono, formado pelos filhos-de-santo. Da cerimônia participam três instrumentos básicos: o atabaque, o agogô e o piano-de-cuia (aguê); a estes se acrescentam um adjá (no candomblé das nações do grupo jeje-nagô) e um caxixi (nos ritos do grupo angola-congo).
Tal como se encontra na Bahia, esse candomblé, que pode ser considerado mais ou menos ortodoxo, na realidade já se apresenta como um resumo de várias religiões trazidas pelos negros da África e incorpora ainda elementos ameríndios, do catolicismo popular e do espiritismo.



Xangô
Ainda que com características próprias, o xangô é a versão local, em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, do candomblé baiano. Xangô é também a  denominação, em língua africana, do orixá jeje-nagô das tempestades, raios e  trovões, cultuados em vários estados do Brasil. O ritmo do xangô é fortemente marcado por instrumentos percussivos. A dança se caracteriza pelo aspecto guerreiro, com os braços em ângulo reto e as mãos viradas para cima.



Tambor-de-mina
Manifestação própria do Maranhão, cuja procedência é o ritual angola-congo do candomblé, mesclado a outras sobrevivências litúrgicas, o tambor-de-mina ou tambor-de-crioulo caracteriza-se por uma série de cantos acompanhados por três tambores, uma cabaça e um triângulo de ferro.




Candomblé-de-caboclo
 Manifestação própria de Salvador e municípios vizinhos, na Bahia, o candomblé-de-caboclo é uma espécie de  candomblé nacionalizado, que toma por base a ortodoxia do candomblé jeje-nagô.
Trata-se de exemplo nítido do sincretismo religioso popular no Brasil.
Registram-se nele influências indígenas e mestiças, resumindo-se os hinos especiais de cada encantado ou caboclo, cantados em português, a uma declaração de seus poderes sobrenaturais



Babaçuê
Versão local, em Belém PA, do rito jeje-nagô do candomblé baiano, o babaçuê se assemelha em muitos pontos ao candomblé-de-caboclo. Canta-se e dança-se ao ritmo de três abadãs (tambores), um xequeré (cabaça) e um xeque (chocalho de folha-de~flandes). Os hinos denominam-se doutrinas e podem ser  cantados em língua africana ou em português, segundo os espíritos com que se relacionam. Uma variedade desse rito, o batuque, tem suplantado o babaçuê  nos dias atuais.




Umbanda
Religião sincrética própria do estado do Rio de Janeiro, a umbanda é praticada em terreiros encabeçados por um pai ou mãe-de-santo, que preside  ás cerimônias, auxiliado por um cambono (acólito). Os cânticos denominam-se pontos e, como no candomblé, têm a função de chamar o santo, que se incorpora nos filhos-de-santo, ou cavalos. Como no candomblé, os orixás se comunicam diretamente com as pessoas em poucas oportunidades; preferem fazê-lo por intermédio de entidades intermediárias, os pretos velhos.



Pajelança
No caso da pajelança (Amazonas, Pará, Piauí, Maranhão), o elemento gerador é genuinamentre ameríndio. As curas são levadas a efeito pelos pajés, verdadeiros xamãs indígenas. O instrumento básico de pajelança é o maracá, instrumento sagrado do pajé. As cerimônias acompanham-se sempre de cantos e danças para divertir os espíritos. Os cantos são melodias folclóricas conhecidas;  as danças, exercícios mímicos, com rugidos e uivos imitativos dos animais invocados. Uma versão da pajelança amazônica é a encanteria ou encantaria piauiense, fortemente aculturada com o catolicismo popular. Na encantaria, os crentes repetem várias vezes certa quadra rogatória de purificação, após o que o pai-de-santo dança em volta da guna (forquilha central da sala), no centro de um círculo formado por todos os dançantes, que giram sobre si mesmos da direita para a esquerda. em torno do mestre, que entoa cantos (aié) para que algum moço (espírito) se aposse de seu aparelho (filho ou filha-de-santo) e cante sua doutrina, dançando em transe.



Catimbó
A origem do catimbó, cuja prática pode ser encontrada em todo o Nordeste, parece ser a magia branca européia, chegada via Portugal, aculturada com elementos negros, ameríndios, do espiritismo e do baixo catolicismo. Nele se registram cantos de linhas, mas sem nenhum instrumento musical nem bailado votivo.


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Imagens: Google

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