Nicolas Flamel nasceu em 1330 em Pontoise. Após a morte de seus pais, ainda jovem foi trabalhar em Paris como escrivão. Aos vinte e oito anos compra um antigo livro de autoria de Abraham, o Judeu, que continha textos intercalados com desenhos de serpentes, virgens, desertos e fontes d’água. Achou muito intrigante o livro e passou a estudá-lo, descobrindo que se tratava de cabala e alquimia. Nesta época, ele nem sabia o que realmente significava a alquimia. Estudou anos a fio e descobriu que o livro relatava diretamente a Grande Obra, sem contudo indicar a matéria-prima.
Casou-se com Dame Perrenelle, que era viúva, por volta de 1364 e a partir de então consegue uma pequena quantia de dinheiro para se dedicar totalmente a alquimia, quantia esta que a viúva havia herdado do falecido marido. Percorre o caminho de Santiago de Compostela, padroeiro dos alquimistas, e encontra um mestre que lhe passa ensinamentos sobre a matéria-prima. Flamel, a partir de 1380, começa a se dedicar a experimentos alquímicos, consegue produzir prata em torno de 1382 e depois finalmente a transmutação em ouro. Cerca de dez anos mais tarde ao início dos experimentos, começa a realizar um grande número de obras de caridade como a construção de hospitais, igrejas, abrigos e cemitérios e os descora com pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos.
Flamel, apesar de sua súbita fortuna, possuía uma modesta residência e usava roupas humildes. Mas suas vultuosas doações levantaram suspeitas do rei Carlos V que havia proibido, já em 1379, todas as práticas alquímicas mandando inclusive, destruir todos os laboratórios que supostamente fabricasse ouro alquímico. O rei enviou o chefe das finanças para investigar a origem de sua fortuna. Acredita-se que Flamel tenha sido franco com o emissário do rei, tendo inclusive lhe dado um pouco da pedra filosofal. Este voltou sensibilizado com dignidade de Flamel, nada relatando ao rei e durante muitas gerações a pedra ficou guardada em sua família.
Escreveu “O Livro das Figuras Hieroglíficas” em 1399, “O Sumário Filosófico” em 1409 e “Saltério Químico” em 1414 .
Relatos mencionam que o casal, aos 60 anos de idade, possuía um aspecto jovem não condizente com as pessoas da mesma faixa etária da época. Flamel faleceu em 1417, porém alguns viajantes relatam terem o encontrado no oriente com sua esposa , após sua suposta morte. Ele teria sido um ser iluminado que quis viver entre os homens.
Acredita-se que todo o relato de Flamel desde o encontro do livro até a peregrinação a Santiago de Compostela e seu encontro com o mestre são alegorias para explicar a matéria-prima e o conhecimento adquirido através do estudo da alquimia.
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