Filósofo neopitagórico de origem grega nascido em Tiana, na província da Capadócia, Ásia Menor, então integrante do Império Romano e hoje na Turquia, principal representante do aspecto místico do neopitagorismo, pensamento do período pré-nicênico antigo. consta que foi educado na cidade vizinha de Tarso, na Cilícia, e no templo de Esculápio, em Aegae, onde estudou medicina e se dedicou às doutrinas de Pitágoras (580-497 a. C.), vindo a adotar o ascetismo como hábito de vida em seu sentido pleno. Sua atividade maior (~50-90) ocorreu nos tempos dos imperadores romanos Nero (37-68) a Domiciano (51-96). Grande e eloqüente orador, logo depois se transformou em um tribuno, ao mesmo tempo em que sua fama se popularizava, caminhando pelo resto do mundo pregando um exemplo de justiça, bondade e perfeição. Sua espontânea defesa dos injustiçados, capaz de praticar os mais arrojados e difíceis atos de bravura, e sua firmeza e energia de propósitos, mesmo diante do perigo, causavam a todos uma coragem estóica, gerou a crença de que era um Deus em forma de Homem! Viajou desde o Egito até a Mongólia, pregando e agindo. Em Nínive, na Babilônia, encontrou Damis (século I), seu inseparável e fiel discípulo, e de lá partiram para a Índia, percorreram a Mongólia e o Tibet, e atingiram as colinas do Himalaia. Depois voltaram para a Grécia, onde começou a fase mais mística. Passou a curar doentes, desde do corpo a alma, paralíticos, cegos e até ressuscitar mortos, como aconteceu com uma moça em Roma, ou seja, fazer milagres idênticos àqueles feitos por Jesus. Inclusive reza a tradição que uma de suas missões foi a de ensinar aos seguidores de Jesus Cristo (6 a. C - 27 d. C) como manipular as leis da natureza. Consta que escreveu muitos livros e tratados sobre uma ampla variedade de assuntos durante a sua vida, incluindo ciência, medicina, e filosofia e que morreu em Éfeso, onde construíra uma escola. Seus ensinamentos influenciaram o pensamento científico por séculos após a sua morte, inclusive de pensadores de tempos modernos como François-Marie Arouet, o Voltaire (1694-1778) e Charles Blount (1654-1693). O Livro de Pedras, do alquimista medieval islâmico Geber Hayyan (721-815), essencialmente compreende uma análise pormenorizada de trabalhos de alquimia atribuídos a este místico. A principal fonte sobre a sua lendária vida vem do livro A Vida de Apolônio, escrito no século III pelo historiador e poeta Flávio Filóstrato (160-249), documento no qual alguns estudiosos identificam uma tentativa de construir uma figura rival à de Jesus. Filostrato atendeu um pedido de Júlia Domna (170-217), esposa do Imperador Sétimo Severo (146-211), que pertencia apresentá-lo como fundador de um novo culto religioso baseado na interiridade e na espiritualidade.Também foi citado nas obras A Vida de Pitágoras, de Porfírio (233-304), e A Vida Pitagórica, de Jâmblico (~250-328) . Para outros ele poderia ser o personagem Apolo, citado na Bíblia em Atos dos Apóstolos e I Coríntios.
Nota: O movimento neopitagórico foi o antecedente imediato do neoplatonismo e seus integrantes foram aguerridos adversários dos cristãos. A crença dos neopitagóricos na revelação foi um dos lados por onde o neopitagorismo estava próximo do judaísmo e do cristianismo. Próximos entre si, o neopitagorismo, com suas purificações em céus intermediários e espíritos intercessores, e o cristianismo, com o seu purgatório preparador e a meditação de Jesus, dos anjos e santos, hostilizavam-se facilmente, ao mesmo tempo que se influenciavam mutuamente, sem que disto se apercebessem. Além dele sobresaíram-se no neopitagorismo Nigidio Fígulo, Sócion, Moderado de Gades, Nicômaco de Gerasa, Numênio de Apaméia e os alexandrinos da escola judaico-platônica Aristóbulo e Fílon de Alexandria.
Este texto pertence a : http://www.dec.ufcg.edu.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário