Apesar de toda a história de dor, injustiça e sofrimento
enfrentado pelos negros no Brasil, após passarem pela sofrida expiação,
desencarnaram e alcançaram a evolução.
Foram acolhidos por Zambi e Oxalá na Aruanda e hoje em
dia baixam em nossos terreiros, trazendo a paz, a sabedoria e,
principalmente, ensinando-nos a importância do amor ao próximo, da humildade e
da caridade.
Devemos aos pretos velhos todos os conhecimentos dos Orixás,
pois o culto à Eles nasceu no continente africano.
As sessões de pretos velhos são marcadas pela calmaria que
invade o terreiro. Uma sensação de paz e amor toma conta do ambiente, fazendo
com que os filhos de fé sintam essa energia de luz e de sabedoria que se
manifesta.
Os atabaques são tocados de maneira mais leve, mais suave.
Assim como com qualquer outra entidade, todo o respeito é prestado para com
nossos vovôs e vovós. Geralmente, tais entidades chegam arcadas, demonstrando o
peso da idade e o sofrimento que tiveram. Os pretos velhos quando manifestados,
gostam de sentar em seu “toco” (um banquinho), fumar seu “pito” (cachimbo ou
palheiro) e auxiliar aqueles que precisam. Com sábios ensinamentos, sabem tocar
na ferida moral de cada filho de fé, ensinando a maneira correta de se viver,
qual seja: Com amor ao próximo, com amor em Deus e com a prática constante da
caridade.
Os pretos velhos não gostam de luxo. Preferem que seus
médiuns estejam com a boa e velha roupa branca, miçanga e muita disposição para
ajudar quem precisa. Atuam também no campo da cura, aliviando, com receitas
simples e humildes, as dores dos enfermos que batem em nossas portas.
Nossos vovôs e vovós também são “mandigueiros”. Desmancham
qualquer magia feita, tiram de cima do obsidiado todas as cargas negativas e
“maus olhados”, além de abrirem os caminhos e dar muita proteção no dia-a-dia.
Geralmente, utilizam em seus benzimentos e trabalhos a
arruda, o guiné, o rosário, o crucifixo, água com mel, vinho, cachaça,
velas, fumo, etc.
São entidades ligadas a Linha das Santas Almas e a vibração
de Omulú, apesar de existirem pretos e pretas velhas de outros Orixás, como por
exemplo, a linha de Quenguelê de onde vêm pretos velhos de Xangô. Sua
linha também é conhecida como “Yorimá”.
Os pretos velhos representam a resignação, a humildade, a
superação, o amor incondicional, a caridade desinteressada. Atendem a todos,
independentemente da cor, classe social e religião e repudiam qualquer forma de
promoção e cobrança.
Nossos vovôs e vovós também podem ser o guia chefe de um
terreiro e comandar as sessões de desenvolvimento, apesar de tal encargo ser
mais comum aos caboclos.
Os pretos velhos também são organizados em falages, nas
quais, inúmeros espíritos se agrupam sob o mesmo nome. As mais conhecidas
são: Pai Joaquim; Pai Francisco; Pai Maneco; Pai
João; Pai José; Pai Mané; Pai Antônio; Pai
Roberto; Pai Cipriano; Pai Tomaz; Pai Jobim; Pai
Roberto; Pai Guiné; Pai Jacó; Pai Benedito; Rei Congo, Pai
Anacleto, Vó Cambinda; Vó Cecília; Vó Maria Conga; Vó Catarina; Vó
Ana; Vó Quitéria; Vó Benedita; Vó Cambinda; Vó Rita; Vó Rosa;
Tia Catarina, Tia Luiza, Mãe Justina, etc.
Esses nomes são adicionados, geralmente, ao nome do local de
onde viveram ou de onde vieram. Por exemplo: Pai João de Angola; Pai
José de Aruanda; Mãe Maria de Minas; Pai João do Congo, Pai
Cipriano das Almas e assim por diante.
Suas cores são o preto e branco e também o amarelo.
Sua saudação é “Adorei as almas!”.
Caro Jonas
ResponderExcluirGostei de ler o seu texto intitulado«Pretos velhos». Muito bem escrito e com muitos pormenores.Fiquei a conhecer um tipo de cultura que me era totalmente desconhecida.Vivendo e aprendendo.Muito obrigada.
Continuação de uma boa semana.
Um abraço da
Beatriz
Olá, adorei o seu blog e gostaria de convidar vc a dar uma passadinha lá no meu blog, desde já muito obrigado por sua atenção.
ResponderExcluirdonskedar.blogspot.com.br