O Emir Abd El-Kader (1808-1883) é conhecido por sua resistência heróica à conquista francesa da Argélia. Poucos sabem que foi um grande místico, ao mesmo tempo membro de várias confrarias sufistas e franco-maçom. Muito jovem ainda, foi iniciado na Qadiriya, da qual seu pai era um xeique. Mais tarde, ele se filia também à Naqshabandiya e a Shadhiliya. Muçulmano fervoroso, em 1852 declara a jihad contra os colonizadores franceses e se torna um guia político e religioso da jovem nação argelina. Entretanto, depois de sua rendição em 1847, começa uma segunda vida marcada pelo aprofundamento de sua busca espiritual. Parte para o exílio em Damasco, onde funda uma escola mística inspirada nos preceitos de Ibn AL-Arabi, o grande gnóstico andaluz na passagem do século XII ao XIII, cuja morada, aliás, ocupa. É ainda em Damasco que, por intermédio de um amigo libanês, se aproxima da franco-maçonaria francesa. E foi por ocasião de uma viagem a Alexandria, em 1864, que é iniciado na loja maçônica As Pirâmides. Se, ao que parece, nunca levou uma vida maçônica muito ativa, tempos depois, contudo, declarará que se trata da “mais admirável instituição do mundo”, capaz de unir Ocidente e Oriente. Ministrando ensinamentos do sufismo, considerado como um santo por seus discípulos, termina seus dias na capital síria e é enterrado ao lado de Ibn AL-Arabi, seu inspirador, antes que seus despojos mortais sejam repatriados em 1966.Ainda hoje, seu retrato figura em local de destaque nas lojas do Grande Oriente da França, em Paris, onde, em sua época, foi considerado como um traço de união entre as duas margens do Mediterrâneo.
Extraído de Sociedades Secretas- Larousse
Jonas,muito interessante a vida desse nobre soldado que buscava sua espiritualidade.Gostei de aprender por aqui!Bjs,
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