E à margem dos cultos orientais existem sociedades secretas puramente romanas que remontam aos tempos mais antigos da capital. É o caso da misteriosa confraria dos lupercos. Cada ano, seus membros, oriundos de duas respeitáveis famílias patrícias, os Quinctilii e os Fabii, se reúnem no dia 15 de fevereiro para celebrar as lupercais, um rito de fecundidade. As cerimônias começam diante de uma gruta, a “boca do inferno”, situada ao pé do monte Palatino. Esse local, considerado como a fronteira entre o mundo dos vivos e o dos mortos, teriam abrigado a loba que amamentou os fundadores de Roma, Rômulo e Remo. Os lupercos começam por sacrificar cabras, tiram-lhe o couro, com o qual se cobrem. Depois percorrem as ruas da cidade para purificá-la. Ao passar, flagelam os habitantes, em particular as mulheres que desejam ter um filho no decorrer do ano. Muito mais não sabemos a respeito dessa fraternidade, mais os romanos em geral a consideravam arcaica e selvagem. Entretanto, ela resistiu à cristianização e permaneceu ativa até o século VI de nossa era.
Extraído do livro Sociedades Secretas, Larousse
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