Robert Fludd nasceu em Milgate (Kent),
Inglaterra, no ano de 1574, sendo seu pai um nobre daquele país. Foi médico,
filósofo e escritor – um verdadeiro polígrafo. Viajou pela França, Alemanha, e
Espanha, indo depois estabelecer-se em Londres, onde iniciou a sua carreira
médica.
Nesta capital europeia praticou a medicina com êxito, e diz-se que combinava a
cura espiritual com o tratamento puramente médico. Nos países mencionados, com
a convivência de homens de ciência, aperfeiçoou os seus conhecimentos de
Filosofia, Medicina, História Natural, Alquimia e Teosofia, que tinha adquirido
em Oxford, tornando-se um dos homens mais eruditos do seu tempo.
Adversário dos "peripatéticos" (os que seguem a filosofia de
Aristóteles), e em geral de toda a filosofia pagã, introduziu na Inglaterra a
filosofia natural e a teosofia de Paracelso e de Cornélio Agripa. Tal como
Paracelso, esforçou-se por formar um sistema de filosofia fundado na identidade
da verdade espiritual e física.
Nos seus escritos notam-se as antigas doutrinas rosacrucianas que se
consubstanciam nisto: o Universo e todas as coisas procedem de Deus – o
princípio e o fim de todas as coisas, que a Ele retornarão.
O acto de criação é a reparação do princípio activo (luz), do principio passivo
(obscuridade) no seio da unidade divina (Deus).
Para ele, como para qualquer rosacruciano, a unidade de toda a vida é um facto
indiscutível. A sua explicação do acto da Criação recorda-nos o princípio do
evangelho de S. João, no qual este fala do papel que a Luz (Espírito) e as trevas
(matéria) desempenham na Criação do Universo. Fludd diz que o universo consiste
em três mundos: o arquetípico (Deus), o macrocosmo (o mundo) e o microcosmo (o
homem). Este é o mundo em miniatura. Todas as partes de ambos se correspondem
simpaticamente, actuando uma sobre a outra.
Com tais opiniões, dá-nos a entender que também para ele era certa a verdade do
axioma hermético: "Como em cima é em baixo, e como em baixo é em
cima".
Diz ainda que é possível para o homem (e também para o mineral e para a planta)
sofrer a transformação e obter imortalidade. Ora, isto não é mais que a
expressão, por outras palavras, do princípio da evolução. O sistema de Fludd
pode ser descrito como um panteísmo materialista apresentado em fórmulas
místicas. Isto quer dizer unicamente que, para ele, o Universo material não é
mais do que Espírito (Deus) cristalizado, sendo uma coisa vivente e o corpo de
Deus, tal como o aprendemos na nossa Filosofia Rosacruz.
Alegoricamente interpretado, o sistema de Fludd contém o significado real do
Cristianismo, conforme o revelado ao homem primitivo pelo próprio Deus,
transmitido a Moisés e aos patriarcas por tradição, e revelado pela segunda vez
por Cristo.
Entre as suas obras figuram: Utriusque Cosmi metaphisica atque technica
historica (Oppenheim, 1617); Tracttatus theologiae philosophica (Oppenheim,
1617); Clavis philosophiae et alchymiae Fluddano (Francfrt, 1633),
obras nas quais reuniu os dois princípios dominadores da natureza, a simpatia e
a antipatia, com a força magnética universal; De Monochordum Mundi(Francfort,
1623), obra na qual compara o Universo com um monocórdio (instrumento musical
duma só corda).
É notável a sua interpretação do fogo. Segundo Fludd o fogo contém: 1º – uma
chama visível (corpo); 2º – um fogo astral invisível; 3º – um
"espírito". Quando uma chama se extingue no plano material, não faz
mais do que passar do mundo visível ao invisível. Com esta interpretação
equipara-se aos Rosacruzes, que também foram chamados os "filósofos do
fogo".
O primeiro emblema da Irmandade Rosacruz foi dado a conhecer em 1619, por
Fludd, sob a forma de uma cruz com uma rosa ao meio, colocada sobre um pedestal
com três degraus.
Entre os seus escritos contam-se mais os seguintes: Tractatus apologeticus (Leyden,
1617), que é a defesa detalhada dos Rosacruzes contra a maledicência e a
calúnia dos ignorantes e mal intencionados; Apologia compendiaria
fraternitatem de Rosea Cruce suspicionis et infamiae maculis aspersam abluens (Leyden,
1617).
Como bom rosacruz, Fludd mostra o equilíbrio entre o coração e a mente, que a
nossa filosofia ensina ser absolutamente necessário para o desenvolvimento
perfeito do homem e assim vemos que, apesar de ser um místico, eram também um
homem de muitos e variados recursos, e nunca desdenhou as experiências
científicas.
Fludd morreu em Londres, no dia 8 de Setembro de 1637.
Bibliografia
A. E. Waite, History of the Rosicrucians, 1887; J.B. Graven, Robert
Fludd the English Rosicrucian, 1902; J. Hunt, Religious Thought in
England,1871; Thomas De Quincey, The Rosicrucian and Freemasonry, 1871.
Olá,
ResponderExcluirpassando para lhe presentear com um Selo, entra no meu blog para recebe-lo.
Até breve :)
Don
http://donskedar.blogspot.com
Muito obrigado Donnefar, estou indo lá.
ResponderExcluirBom dia a você!
Caro Jonas
ResponderExcluirO que eu aprendi,ao ler a sua postagem!Admiro-o pelas pesquisas que fez.Muito obrigada por partilhar os seus conhecimentos.Parabéns pelo trabalho desenvolvido.
Aqui há dias,a nossa amiga Anne Lieri colocou um poema escrito por mim,em destaque.Gostava que o lesse e comentasse.Está no Blog http://recantodosautores.blogspot.com.br/2013/07/ternura.htlm
Uma ótima semana.
Cumprimentos da
Beatriz