Diversas civilizações e culturas que possuem calendários anuais comemoram a passagem de um ano para outro. Trata-se de um evento em que se celebra o fim de um ano em proveito do próximo, inaugurando um novo ciclo. Para os antigos egípcios não foi diferente. Há mais de 5 mil anos, já festejavam, a seu modo, o Ano Novo.
A crença no deus Rá (divindade solar) orientava a vida dos antigos habitantes da terra dos faraós e, embora a jornada diária desta divindade representasse a sucessão dos dias e das noites, a contagem do tempo estava definida pelos ciclos anuais do Rio Nilo.
A crença no deus Rá (divindade solar) orientava a vida dos antigos habitantes da terra dos faraós e, embora a jornada diária desta divindade representasse a sucessão dos dias e das noites, a contagem do tempo estava definida pelos ciclos anuais do Rio Nilo.
O conhecimento da natureza levou-os a formularem um calendário anual de três estações: quando o rio começava dar os primeiros indícios das inundações, inaugurava-se a estação chamada akhet. Terminada esta fase, as águas retrocediam e as terras reapareciam, ocorrendo a semeadura conhecida como peret. Por fim, na estação shemu ocorriam as colheitas, logo após as espigas amarelarem. Deste modo, o ano era medido pelo tempo necessário da duração total de uma colheita.
2. Cena que representa a segunda estação do ano para os egípcios – peret – período de semear a terra. |
Contudo, por mais regular que fosse o evento anual da inundação do Nilo, era difícil os egípcios marcarem com exatidão, sempre na mesma data, o fim de uma e o início de outra estação. Para isso, os criadores dos calendários na Antiguidade se guiavam pela observação astronômica. A estrela Sirius anunciava o início de um novo ano, aparecendo no leste instantes antes do sol nascer. Como o aparecimento deste astro coincidia com o início das inundações do Rio Nilo, foi associada às lágrimas da deusa Ísis que no mito religioso egípcio chorava pela morte de seu marido Osíris.
A presença da estrela Sirius, juntamente com os sinais das cheias do Nilo eram símbolos que marcavam o primeiro dia do Novo Ano, e deveria ser comemorado, pois ali se iniciava o período de uma nova colheita. Além disso, devido à relação da estrela com a deusa Ísis, essas comemorações também eram dedicadas à divindade.
3. Cena que representa a última estação segundo o calendário egípcio antigo – shemu – momento de colher cereais como o trigo e a cevada |
Nesta festividade, todos os egípcios deveriam levar oferendas para agradar os diversos deuses. Em especial, esta era uma missão dos sacerdotes, que arrecadavam provisões e presentes para dedicar nos templos. Além das comemorações à deusa Ísis, também celebravam o deus Rá, pois após o desaparecimento da estrela Sirius, era o sol que anunciava o primeiro dia do Ano Novo para os antigos egípcios. De acordo com as inscrições antigas que trazem a mensagem de Ano Novo pode ser lido: Ra upet nefer renepet.k (“É Rá que abre este belo dia de ano Novo pra ti.”).
De acordo com os habitantes da terra dos faraós, o Museu Egípcio e Rosacruz deseja a todos um excelente Festival de Ano Novo, com muita saúde, paz e prosperidade no ano que está por vir.
Fonte: Montet, Pierre. O Egito no tempo de Ramsés. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
Extraído de: http://www.amorc.org.br
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