São Pedro (do grego:
Πέτρος, Pétros, "pedra", "rocha"; Betsaida, século
I a.C., — Roma, cerca de 67 d.C.) foi um dos doze apóstolos deJesus
Cristo, segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos.
Os católicos consideram Pedro como o primeiro Bispo de Roma, sendo por
isso o primeiro Papa da Igreja Católica.
Nome e importância
Segundo a Bíblia, seu nome
original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e
na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome
original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em
português, como em Gálatas 2:11), que em aramaico significa
"pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como
Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa
"pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus,
também através da palavra petra, de mesmo significado.
A mudança de seu nome por Jesus
Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja
Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te
declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha
Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus
comparava Simão à rocha. Pedro foi o fundador, junto com São Paulo,
da Igreja de Roma, sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse
título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada
cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado
a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é
importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda
a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos
"Apostólica" e "Romana".
O apóstolo Pedro, o
primeiro Bispo de Roma
A comunidade de Roma foi
fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única
comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a
única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a
comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos)
teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses);
nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje peloBispo de
Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros
apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do
colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou
com São Lino (67) e, atualmente é exercida pelo papa Bento XVI.
Segundo essa visão, o próprio
apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua
primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos
saúda, como também Marcos, meu filho.". Trata-se da Igreja de Roma. Assim
também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo,
como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre
o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (Selêucia) sobre o rio
Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis, tampouco a Jerusalém;
deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela
antiga literatura Cristã.
Testemunhos históricos
de Pedro em Roma
Os historiadores atualmente
acreditam que a tradição católica esteja correta; igualmente, muitas tradições
antigas corroboram a versão de que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido
martirizado.
Clemente, terceiro bispo de Roma e discípulo de Pedro, por volta de (96) d.C., em sua Epístola aos Coríntios, faz clara alusão ao martírio deste e dePaulo em Roma:
"Todavia, deixando os exemplos
antigos, examinemos os atletas que viveram mais próximos de nós. Tomemos os
nobres exemplos de nossa geração. Foi por causa do ciúme e da inveja que as
colunas mais altas e justas foram perseguidas e lutaram até a morte.
Consideremos os bons apóstolos. Pedro, pela inveja injusta, suportou não uma ou
duas, mas muitas tribulações e, depois de ter prestado testemunho, foi para o
lugar glorioso que lhe era devido. Por causa da inveja e da discórdia, Paulo
mostrou o preço reservado à perseverança. Sete vezes carregando cadeias,
exilado, apedrejado, tornando-se arauto no Oriente e no Ocidente, ele deu
testemunho diante das autoridades, deixou o mundo e se foi para o lugar santo,
tornando-se o maior modelo de perseverança".
Inácio de Antioquia, bispo, mártir e também
discípulo de Pedro, em cerca de (107) d.C., em sua Epístola aos Romanos, a qual
fora dirigida à comunidade cristã lá situada, refere-se nos seguintes termos ao
martírio de Pedro e Paulo em Roma:
"Não vos dou ordens como
Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado. Eles eram livres, e eu
até agora sou um escravo".
Papias, bispo de Hierápolis, por volta de (140)
d.C., ao tratar da origem do Evangelho de Marcos, atribui o relatado
a João Marcos, companheiro de Paulo e Barnabé, a partir da
convivência com os que haviam estado com Jesus, em especial Pedro quando
este estava em Roma:
"Papias, bispo de Hierápolis, atesta a atribuição do segundo
evangelho a Marcos, “intérprete” de Pedro em Roma. O livro teria sido composto
em Roma, depois da morte de Pedro (prólogo antimarcionita de século
II, Ireneu) ou ainda durante sua vida (segundo Clemente de Alexandria).
Quanto a Marcos, foi identificado como João Marcos, originário de Jerusalém (At
12,12), companheiro de Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13; 15,37-39; Cl 4,10)
e, a seguir, de Pedro em “Babilônia” (isto é, provavelmente, em Roma) segundo
1Pd 5,13."
O bispo Dionísio de Corinto, em extrato de uma
de suas cartas aos romanos (170) trata da seguinte forma o martírio de
Pedro e Paulo:
"Tendo vindo ambos a Corinto,
os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A
seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por
fim, sofreram o martírio simultaneamente."
Gaio, presbítero romano, em 199:
"Nós aqui em Roma temos algo
melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos
fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o
troféu de Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro."
Gaio dirigiu-se nos seguintes
termos a um grupo de hereges: "Posso mostrar-vos os troféus (túmulos) dos
Apóstolos. Caso queirais ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os
troféus daqueles que fundaram esta Igreja."
Orígenes (185 - 253) responsável pela Escola Catequética
de Alexandria afirmou:
"Pedro, ao ser martirizado
em Roma, pediu e obteve que fosse crucificado de cabeça para baixo"
"Pedro, finalmente tendo ido
para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo."
Ireneu (130 - 202), Bispo de Lião (nascido em Izmir atual Turquia)
referiu:
"Para a maior e mais antiga
a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e
Paulo." e ainda "Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e
instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como
bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir
dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado."
"Mateus, achando-se entre
os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo
evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja."
Formado como jurista Tertuliano (155-222 d.C.) falou da
morte de Pedro em Roma:
"A Igreja também dos romanos
pública - isto é, demonstra por instrumentos públicos e provas - que Clemente
foi ordenado por Pedro."
"Feliz Igreja, na qual os
Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina integral!" - e falando da
Igreja Romana, "onde a paixão de Pedro se fez como a paixão do
Senhor."
"Nero foi o primeiro a
banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi
por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz."
Eusébio (263-340 d.C.) Bispo de Cesareia, escreveu muitas
obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais
importante foi a História Eclesiástica, onde ele narra a história da
Igreja das origens até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:
"Pedro, de
nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos,
tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde,
pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma cidade."
Epifânio (315-403 d.C.), Bispo de Constância (também
foi Bispo de Salamina e Metropolita do Chipre) fala da
sucessão dos Bispos de Roma:
"A sucessão de Bispos em
Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, Cleto, Clemente etc..."
Doroteu
de Tiro:
"Lino foi Bispo de Roma após
o seu primeiro guia, Pedro."
Optato de Milevo:
"Você não pode negar que
sabe que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro investida por
Pedro, e que Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou."
Cipriano (martirizado em 258), Bispo de Cartago (norte
da África), escreveu a obra "A Unidade da Igreja" (De Ecclesiae
Unitate), onde diz:
"A cátedra de Roma é a
cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade
sacerdotal." Santo Agostinho (354 - 430):
"A Pedro sucedeu Lino."
Logo, apesar das opiniões divergentes
que surgiram a partir da Reforma Protestante, era constante, unânime e
ininterrupta a tradição segundo a qual Pedro pregou o evangelho em Roma e
lá encontrou o martírio, o que é robustecido pelos escritos dos Pais
da Igreja e pela arqueologia.
Texto extraído de: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Pedro
Olá Jonas!
ResponderExcluirLindo design grego, de muito bom gosto.
Muito boa pesquisa.
Não sabia sobre o nome de Pedro.
Amanhã eu volto para saber das suas obras.
Um abraço
Lua singular
Faça-me uma visitinha, talvez você goste. Meu blog não é tão culto como o seu, mas tenho vivência, a qual curti e curto com muito amor.
Abraços
Lua Singular
Muito obrigado pelo seu apreço Dorli... Vou visitar o seu blog. Abraço Fraterno
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