Segundo a tradição, Kuan Yin teria encarnado como a terceira filha de
Miao Chuang Wang, identificado como sendo da dinastia Chou, governante
de um reino do norte da China, por volta do ano 696 a.C.
De acordo com a lenda, ela se determinara a seguir uma vida
religiosa, tendo se recusado a casar, apesar das ordens do seu pai, e
das súplicas dos seus amigos. Ela sai de casa e se refugia num convento.
Kuan Yin: uma vida de provações
Por ordens do seu pai, foi submetida às mais árduas tarefas, e, de forma alguma, enfraqueceram o seu amor por Deus.
Enraivecido pela sua devoção, seu pai ordenou que fosse executada.
Porém, espada foi quebrada em mil pedaços quando a tocou. Seu pai então
ordenou que fosse asfixiada, mas quando a sua alma deixou o seu corpo, e
desceu até o inferno, transformou-o num paraíso.
Neste momento, ela parou para ouvir os lamentos do mundo e decidiu retornar.
Transportada numa flor-de-lótus até a Ilha de P’ootoo, próxima a
Nimpo, aí viveu durante nove anos, curando os enfermos, e salvando
marinheiros do naufrágio.
A origem dos mil braços e mil olhos de Kuan Yin
Certa vez, quando soube que seu pai estava muito doente, cortou um
pedaço da carne dos seus braços, e usou-a como um remédio que lhe salvou
a vida.
Em gratidão, ele ordenou que uma estátua fosse erguida em sua honra,
comissionando ao artista que a representasse com ‘olhos e braços
completamente formados’.
Entretanto, o artista compreendeu mal, e até hoje Kuan Yin algumas
vezes aparece representada com ‘mil braços e mil olhos’, sendo capaz,
dessa forma, de olhar e cuidar de todo o seu povo.
Kuan Yin e sua missão de salvar o mundo do sofrimento
Kuan Yin fez o voto do bodhisattwa de trabalhar junto às evoluções deste planeta e diz que “enquanto houver uma única alma sofrendo na Terra, ela estará presente”.
A grande lição de Kuan Yin
Antes de sair de casa, para se refugiar no convento, Kuan Yin disse às suas irmãs:
“Riquezas e glória são como a chuva na primavera, ou o orvalho pela manhã; duram apenas pouco tempo, e logo passam”.
Reis e imperadores pensam em desfrutar até o final da boa fortuna que
os coloca em um nível separado dos demais seres humanos; mas a
enfermidade os faz descansar em seus caixões, e tudo acaba. Onde estão
agora todas as poderosas dinastias que estabeleceram a lei do mundo?
Com relação a mim, desejo nada mais do que um retiro pacífico em uma
montanha isolada, na tentativa de atingir a perfeição. Se algum dia
conseguir alcançar um grau elevado de bondade, então, carregada nas
nuvens do céu, viajarei por todo o universo, passando do Oriente ao
Ocidente num piscar de olhos.
Resgatarei meu pai e minha mãe, e os levarei ao céu; salvarei os
miseráveis e afligidos na Terra; converterei os espíritos que praticam o
mal, e os farei praticar o bem. Essa é minha única ambição.”
Fonte de pesquisa: Kuan Yin, a Deusa dos Milagres, Angela Jabor, Ascend Editora.
Texto extraído de: Anima Mundhy
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