Paracelso
Médico, Filósofo e Profeta
"O que uma geração
considera como o máximo de saber, é frequentemente considerado como absurdo em
gerações seguintes; e o que, num século, é considerado como superstição ou
ilusão, pode formar a base da ciência nos séculos vindouros." Eis uma das
grandes máximas que podemos extrair dos seus vários trabalhos de Paracelso.
Neles se vê que uniu a teoria com a prática – aquela deve ter origem nesta, como
ele defendeu. É por isso que na sua lápide tumular, em Salzburgo, na Áustria, se
diz ter ele tratado doenças, consideradas incuráveis, por meio da Ciência
Maravilhosa.
Mas, em nosso entender,
Paracelso continua a ser um ilustre desconhecido, a avaliar por tudo quanto que
se diz em algumas fontes acessíveis através dos novos meios tecnológicos:
consideram-no até o pioneiro da clonagem além de outros pontos de vista, o que
nos leva a perguntar se os autores desses artigos terão lido as suas obras e que
face da Verdade é que conseguiram extrair dela.
Para se conhecer
Paracelso é necessário saber, com alguma profundidade, os Ensinamentos da Escola
Rosacruz de que foi um dos arautos. O certo é que há boas edições em francês, em
alemão, e em espanhol; em inglês poucas conhecemos e, em português, há o que
todos sabem: zero.
Profetizou ele que a
medicina, no futuro, iria, por meio da cirurgia, reparar alguns órgãos e
substituir outros; mas Paracelso é um alquimista, um clarividente voluntário, um
ser com capacidade para criar algo de novo e para restaurar, por meios que ainda
hoje somente se consegue, e só em parte, pela tecnologia. Em determinado grau de
desenvolvimento seremos capazes de criar um outro corpo sem a necessidade de ir
ao útero, como de manipular as células, os átomos, com inteiro respeito pela
vida, que é sagrada, com grande reverência e somente para fins altruístas. A
Medicina do futuro será uma Ciência e Arte Espiritualizadas, como ele soube já
exercer, e daí, que se fale na Ciência Maravilhosa. Paracelso chamou a
esses médicos espiritualistas, possuidores de poder espiritual, capazes de usar
as forças vitais das plantas, dos minerais e outras. E tudo isso em
correspondência com as forças cósmicas, de acordo com as posições planetárias, o
dia e a hora, sendo capaz de usar a Magia Branca. Segundo Paracelso, Hipócrates
pertenceria a esse grupo de médicos.
Como clarividente
voluntário, ele soube analisar as causas das epidemias, que estão nos nossos
maus pensamentos, emoções, sentimentos e acções, contrárias às leis cósmicas.
Tudo isso cria "larvas", etc.; Por isso, recomenda Paracelso, devemos cultivar
pensamentos positivos e puros, emoções nobres, onde o altruísmo seja a
nota-chave; e até chama a atenção para os perigos do uso das drogas,
estupefacientes, etc., que são veículos de acesso a essas "larvas".
Por isso, afirmou
conhecido alquimista, "se o nosso amor for elevado, a nossa medicina dará bons
frutos; todavia, se não o for, os frutos serão bichosos". E lembrou ainda, por
um lado, que "o médico deve ser caritativo, porque o egoísta muito pouco fará
pelos seus doentes"; e, por outro, disse também que "o médico devia ser o
servidor e não inimigo da Natureza", ou seja, que ele deve seguir as Leis
Naturais. E o que tem feito a Ciência materialista e egoísta em todas as áreas?
Basta ver como está o meio ambiente.
Quanto à alimentação,
Paracelso lembrou um ditado muito antigo: "o ser humano é aquilo que come". É
tempo de seguirmos os regimes sem carne nem peixe ou derivados, nem bebidas
alcoólicas. Mas, houve, porém, um Judas que até o difamou sobre esta área como
noutras: a resposta encontrá-mo-la no texto que ele próprio escolheu para ser
lido no seu funeral: os Salmos 1, 7 e 30.
Em 1993 comemoraram-se
500 anos sobre a data do seu nascimento. Procurámos, por vários meios, obter os
elementos que necessitámos para dar-lhe o mínimo de dignidade. Uma das fontes
foi a Biblioteca da Universidade de Zurique, Suiça, designadamente a página que
foca a sua passagem por Lisboa em 1518: é valioso o relato que ele faz sobre a
cosmopolita cidade e os seus contactos com colegas do Oriente. Paracelso tinha
mente aberta.
Nesse ano, Paracelso –
que tinha sido expulso de professor da Universidade de Basileia devido às suas
ideias demasiado elevadas, e ainda o são, por pertencerem à Idade do Aquário,
sendo contrário ao ensino escolástico – foi reabilitado e integrado. Esta
noticia dá-a a revista L’Herbo, da Suiça, e é de autoria de Alfred
Berchtold, professor universitário especialista em História Cultural daquele
país.
Na sua obra sobre as
profecias, numa das gravuras, surge sobre uma Rosa e uma letra F, maiúscula, num
contexto que nos comunica que a Fraternidade será uma realidade no futuro e o
símbolo, a Rosa, será a arauta.
No fundo, Paracelso foi o
pioneiro da iatroquímica; da homeopatia, da medicina no trabalho, dos médicos
sem fronteiras, do estudo das ondas ou vibrações magnéticas; da psicologia
empírica; da botânica oculta, da medicina neo-hipocrática, criando e
incentivando a Escola de Iniciação Rosacruz em vários países.
Na era de grandes
mudanças e de dores imensas lembremos uma das suas máximas: "não existe nenhuma
enfermidade, por terrível que seja, para a qual deus não haja previsto a cura
correspondente."
Delmar Domingos de
Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário