William
Blake (Londres, 28 de novembro de 1757 —
Londres, 12 de agosto de 1827) foi
um poeta, tipógrafo e pintor inglês, sendo sua pintura
definida como pintura fantástica.
Blake viveu num período
significativo da história, marcado pelo iluminismo e pela Revolução
Industrial na Inglaterra. A literatura estava no auge do que se pode
chamar de clássico "augustano", uma espécie de paraíso para os
conformados às convenções sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era
romântico, "enxergava o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a
injustiça social, a negatividade do poder da Igreja Anglicana e do
estado."
Infância
Blake nasceu na "28ª Broad
Street", no Soho, Londres, numa família de classe média. Seu pai
era um fabricante de roupas e sua mãe cuidava da educação de Blake e seus três
irmãos. Logo cedo a bíblia teve uma profunda influência sobre Blake,
tornando-se uma de suas maiores fontes de inspiração.
Desde muito jovem Blake dizia ter
visões. A primeira delas ocorreu quando ele tinha cerca de nove anos, ao
declarar ter visto anjos pendurando lantejoulas nos galhos de uma árvore. Mais
tarde, num dia em que observava preparadores de feno trabalhando, Blake teve a
visão de figuras angelicais caminhando entre eles.
Com pouco mais de dez anos de
idade, Blake começou a estampar cópias de desenhos de antiguidades Gregas
comprados por seu pai, além de escrever e ilustrar suas próprias poesias.
Aprendizado com Basire
Em 4 de agosto de 1772,
Blake tornou-se aprendiz do famoso estampador James Basire. Esse
aprendizado, que estendeu-se até seus vinte e um anos, fez de Blake um
profissional na arte. Segundo seus biógrafos, sua relação era harmoniosa e
tranquila.
Dentre os trabalhos realizados
nesta época, destaca-se a estampagem de imagens de igrejas góticas Londrinas, particularmente
da igreja Westminster Abbey, onde o estilo próprio de Blake floresceu.
Aprendizado na Academia
Real Inglesa
Em 1779, Blake começou seus
estudos na Academia Real Inglesa, uma respeitada instituição
artística londrina. Sua bolsa de estudos permitia que não pagasse pelas
aulas, contudo o material requerido nos seis anos de duração do curso deveria
ser providenciado pelo aluno.
Este período foi marcado pelo
desenvolvimento do caráter e das ideias artísticas de Blake, que iam de
encontro às de seus professores e colegas.
Casamento
Em 1782, após um
relacionamento feliz que terminou com uma recusa à sua proposta de casamento,
Blake casou-se com Catherine Boucher. Blake ensinou-a a ler e escrever,
além de tarefas de tipografia. Catherine retribuiu ajudando Blake devotamente
em seus trabalhos, durante toda sua vida.
Trabalhos
Dante e Virgílio nos
portões do Inferno, A Divina Comédia
Blake escreveu e ilustrou mais de
vinte livros, incluindo "O livro de Jó" da Bíblia, "A Divina
Comédia" de Dante Alighieri - trabalho interrompido pela sua morte - além
de títulos de grandes artistas britânicos de sua época. Muitos de seus
trabalhos foram marcados pelos seus fortes ideais libertários, principalmente
nos poemas do livro Songs of Innocence and of Experience ("Canções
da Inocência e da Experiência"), onde ele apontava a igreja e a alta
sociedade como exploradores dos fracos.
No primeiro volume de
poemas, Canções da inocência (1789), aparecem traços de misticismo.
Cinco anos depois, Blake retoma o tema com Canções da
experiência estabelecendo uma relação dialética com o volume anterior,
acentuando a malignidade da sociedade. Inicialmente publicados em separado, os
dois volumes são depois impressos em Canções da inocência e da experiência
- Revelando os dois estados opostos da alma humana.
William Blake expressa sua recusa
ao autoritarismo em Não há religião natural e Todas as religiões
são uma só, textos em prosa publicados em 1788. Em 1790, publicou sua prosa
mais conhecida, O matrimônio do céu e do inferno, em que formula uma
posição religiosa e política revolucionária na época: "a negação da
realidade da matéria, da punição eterna e da autoridade"
(...) Ver o mundo em grão de
areia
e o céu em uma flor silvestre,
sustentar o infinito na palma da
mão
e a eternidade em uma hora.(...)
"Augúrios de Inocência"
Apesar de seu talento, o trabalho
de gravador era muito concorrido em sua época, e os livros de Blake eram
considerados estranhos pela maioria. Devido a isto, Blake nunca alcançou fama
significativa, vivendo muito próximo à pobreza.
Principais obras
Satã observando o amor
de Adão e Eva, Mus. de Belas-Artes - Boston
Poetical Sketches (1783)
There is no Natural Religion (1788)
All Religions Are One (1788)
Songs of Innocence (1789)
Book of Thel (1789)
The French Revolution: A Poem in Seven Books
(1791)
Original Stories from Real Life, de Mary
Wollstonecraft (1791) (ilustrações)
A Song of Liberty (1792)
The Marriage of Heaven and Hell (1793)
Visions of the Daughters of Albion (1793)
America, A Prophecy (1793)
Songs of Experience (1794)
Songs of Innocence and of
Experience (1794)
Europe, a Prophecy (1794)
The Book of Urizen (1794)
The Song of Los (1794)
The Book of Ahania (1795)
The Book of Los (1795)
Night Thoughts, de Edward
Young (1797) (ilustrações)
Milton (1804)
The Grave, de Robert
Blair (1808) (ilustrações)
Everlasting Gospel (1818)
Jerusalem (1820)
The Ghost of Abel (1822)
Dante's Divine Comedy (1825)
(ilustrações)
O livro de Jó da Bíblia (1826)
(ilustrações)
O Fantasma de uma Pulga (pintura)
Morte
Monumento próximo ao
túmulo sem marca de Blake
No dia de sua morte, Blake
trabalhava exaustivamente em A Divina Comédia de Dante Alighieri,
apesar da péssima condição física que culminaria no seu fim. Seu funeral,
bastante humilde, foi pago pelo responsável pelas ilustrações do livro, e
apesar de sua situação financeira constantemente precária, Blake morreu sem
dívidas.
Hoje Blake é reconhecido como um
santo pela Igreja Gnóstica Católica, e o prêmio Blake Prize for Religious
Art (Prêmio Blake para Arte Sacra) é entregue anualmente na Austrália em
sua homenagem.
Referências
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genial." Por José Antônio Arantes, bacharel em língua e literatura
pela USP - tradutor, entre outros, dos autores Virginia Woolf (Nova
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Written by William Blake, Hannah More and Marcus Garvey: Black Stereotyping by
Jérémie Kroubo Dagnini for GRAAT On-Line, January 2010.
William Blake, o estranho que
virou santo Parana-online - consultado em 10 de outubro de 2010
Traduções
1. O Fantasma de Abel/The
Ghost of Abel, Juliana Steil (trad.), (n.t.) Revista Literária em Tradução,
nº 1 (set/2010), Fpolis/Brasil, ISSN 2177-5141
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